Os combates se tornaram mais intensos nesta segunda-feira (28) entre Azerbaijão e os separatistas de Nagorno Karabakh, enquanto o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, principal aliado de Baku, alimentou os temores de uma escalada ao pedir a retirada da Armênia
Os combates se tornaram mais intensos nesta segunda-feira (28) entre Azerbaijão e os separatistas de Nagorno Karabakh, enquanto o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, principal aliado de Baku, alimentou os temores de uma escalada ao pedir a retirada da Armênia.
Desde domingo, separatistas de Nagorno Karabakh, apoiados pela Armênia, e as tropas do Azerbaijão se enfrentam nos combates mais violentos na região desde 2016. Ao menos 69 pessoas morreram, de acordo com balanços incompletos. Isto provoca o aumento do temor de uma guerra aberta entre Baku e Yerevan.
O Conselho de Segurança da ONU convocou para terça-feira uma reunião a portas fechadas sobre Nagorno Karabakh, a pedido de países europeus, informaram fontes diplomáticas nesta segunda-feira.
Alemanha e França impulsionaram essa reunião, mas outros países europeus - Estônia, Bélgica e Reino Unido - a apoiam, segundo as mesmas fontes.
A Turquia anunciou apoio total ao Azerbaijão, o que levou a Armênia a acusar o país de interferência política e militar no conflito.
"É hora desta crise, que começou com a ocupação de Nagorno Karabakh, chegar ao fim. Quando a Armênia abandonar o território que ocupa, a região reencontrará paz e harmonia", declarou o presidente turco.
"Qualquer outra demanda ou proposta não apenas seria injusta e ilegal, como também significaria seguir consentindo com a Armênia", completou Erdogan.
O Azerbaijão perdeu o controle de Nagorno Karabakh após o colapso da União Soviética e depois de uma guerra que deixou 30.000 mortos, concluída com um cessar-fogo assinado em 1994.
A Armênia apresentou um pedido à Corte Europeia dos Direitos Humanos (CEDH), braço jurídico do Conselho Europeu.
"A corte recebeu uma solicitação de medidas provisórias por parte da Armênia, e está sendo examinada", declarou uma porta-voz da CEDH. Segundo o artigo 39 da corte com sede em Estrasburgo (França), o tribunal pode adotar medidas de emergência diante de riscos de danos irreparáveis.
"O governo armênio demanda a CEDH que indique ao governo azeri que cesse os ataques militares contra populações civis", afirma um trecho da solicitação armênia.
A comunidade internacional pede um cessar-fogo imediato.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, estimou que a prioridade era "acabar com as hostilidades, não determinar quem tem razão e quem não tem".
Armênia e Nagorno Karabakh denunciam, por sua vez, a "interferência" turca e acusam Ancara de fornecer armas, "especialistas militares", pilotos de drones e aviões para Baku. Yeveran também afirmou que Ancara implementou milhares de "mercenários", transferidos da Síria.
O Ministério da Defesa do Azerbaijão negou essas acusações e destacou que "mercenários etnicamente armênios" do Oriente Médio combatiam junto aos separatistas.
O embaixador armênio na Rússia, Vardan Toganyan, disse à agência russa Ria Novosti que seu país não hesitaria em usar mísseis balísticos Iskander, fornecidos por Moscou, se Ancara recorresse aos F-16 turcos.