Estados e cidades americanos começaram a incentivar seus moradores a ficar em casa diante do aumento de casos de covid-19, mas o mosaico de medidas sanitárias se mantém diante da falta de uma gestão nacional por parte do governo do presidente Donald Trump
Estados e cidades americanos começaram a incentivar seus moradores a ficar em casa diante do aumento de casos de covid-19, mas o mosaico de medidas sanitárias se mantém diante da falta de uma gestão nacional por parte do governo do presidente Donald Trump.
Chicago pediu nesta quinta-feira (12) a seus 2,7 milhões de habitantes a permanecerem em casa, exceto para ir ao trabalho, à escola e para algumas atividades essenciais, uma medida recomendada, mas não coercitiva.
Nos últimos dias, quatro estados, incluindo Nova York, determinaram que restaurantes e bares fechem às 22h.
O novo coronavírus está fora de controle na maior parte dos Estados Unidos e os especialistas estão alarmados com a onda de mortes que se avizinha, em vista da quantidade sem precedentes de testes positivos registrados, mais de 100.000 por dia, uma incidência que se aproxima do que se vê na União Europeia.
O número de pacientes hospitalizados com a covid-19 está em seu nível mais alto no país desde o início da pandemia, de mais de 65.000, segundo o Covid Tracking Project.
Os Estados Unidos têm atualmente 15.000 leitos hospitalares a mais ocupados por pacientes com o novo coronavírus do que nas eleições presidenciais de 3 de novembro.
A mortalidade é particularmente alta no Meio-oeste.
Na Dakota do Norte, o governador autorizou enfermeiras e médicos que testaram positivo, mas não apresentaram sintomas a continuar trabalhando em unidades dedicadas ao novo coronavírus.
Donald Trump, preocupado sobretudo com sua campanha de impugnação dos resultados das eleições nas quais foi derrotado por Joe Biden, não fala da pandemia e, desde a primavera no hemisfério norte, deixou cada estado decidir suas próprias medidas de confinamento e desconfinamento.
Sua estratégica está concentrada no desenvolvimento de tratamentos e vacinas.
Mas as vacinas não chegarão a tempo de evitar dezenas de milhares de mortes a mais.
A previsão é de que as primeiras vacinas, dos laboratórios Pfizer e BioNTech, possam chegar talvez no fim do ano aos Estados Unidos e no primeiro trimestre de 2021 na Europa, disse à AFP Andrea Ammon, diretora do Centro Europeu para o Controle de Doenças (ECDC).
A situação na Europa é "muito, muito preocupante" e "todos os nossos indicadores vão na direção errada", destacou.
Um sinal de esperança para o velho continente chegou nesta quinta-feira, procedente da Alemanha, onde o instituto de vigilância sanitária Robert Koch falou dos "primeiros sinais" de melhora na curva de infecções.