Os congressistas democratas envolvidos no julgamento de impeachment de Donald Trump concluíram seus argumentos nesta quinta-feira (11), instando o Senado a condenar o ex-presidente americano por encorajar o ataque ao Capitólio de 6 de janeiro
Os congressistas democratas envolvidos no julgamento de impeachment de Donald Trump concluíram seus argumentos nesta quinta-feira (11), instando o Senado a condenar o ex-presidente americano por encorajar o ataque ao Capitólio de 6 de janeiro.
Após dois dias de apresentações, que incluíram horas de vídeos da multidão de partidários de Trump que invadiram o Capitólio, os democratas da Câmara servindo como promotores no processo pediram aos senadores que condenassem o ex-presidente republicano.
"Pedimos humildemente que condenem o presidente Trump por um crime do qual ele é totalmente culpado", afirmou o congressista Joe Neguse.
"Porque se não o fizerem, se fingirmos que isso não aconteceu, ou pior ainda, se deixarmos sem resposta, quem pode garantir que não vai acontecer de novo?", concluiu.
Os advogados de Trump terão 16 horas a partir de sexta-feira para apresentar sua defesa, na qual eles anteciparam que argumentarão que Trump não pode ser responsabilizado pessoalmente pelo ataque.
Eles também dirão que o julgamento em si é inconstitucional porque Trump deixou o cargo em 20 de janeiro, embora o Senado já tenha rejeitado este argumento em votação na segunda-feira.
O líder da acusação democrata, Jamie Raskin, pediu aos senadores que usem "o bom senso", lembrando que Trump não agiu durante duas horas enquanto seus apoiadores vandalizavam o Congresso.
""Por que o presidente Trump não disse a seus partidários para pararem o ataque ao Capitólio assim que soube do ocorrido?", Perguntou Raskin. "Por que ele não fez nada?".
Mais cedo, o presidente Joe Biden disse que as evidências chocantes apresentadas desde terça-feira contra seu antecessor podem pesar contra Trump entre alguns republicanos que ainda são leais ao ex-presidente.
Embora alguns republicanos reconheçam que a acusação apresentou argumentos convincentes, Trump mantém um controle rígido sobre o partido e uma condenação, que exige uma maioria de dois terços, é improvável, já que 17 republicanos precisariam votar em concordância com os 50 democratas do Senado.
O motim de 6 de janeiro estourou depois que Trump realizou um ato massivo para repetir, sem provas e como tem feito desde as eleições de 3 de novembro, que Biden roubou sua reeleição.
Seguindo as instruções de Trump para marchar rumo ao Congresso, onde os congressistas estavam certificando a vitória eleitoral de Biden, a multidão rompeu as cercas da polícia e invadiu a sede legislativa
O caos deixou cinco mortos, incluindo uma mulher, baleada depois de arrombar uma porta dentro do Capitólio, e um policial, que foi morto pela multidão.
Imagens de vídeo divulgadas pelos democratas durante o julgamento mostraram manifestantes perseguindo os oponentes de Trump no Congresso e líderes políticos, incluindo o então vice-presidente Mike Pence, que precisou fugir para um local seguro.
A defesa vai enfatizar que Trump não disse expressamente a seus apoiadores para cometer violência, mas Raskin observou que o presidente republicano tem alimentado a raiva e encorajado o extremismo desde o dia da eleição, e mesmo antes.
"Esta insurreição pró-Trump não surgiu do nada", afirmou, observando que é imperativo que o Senado condene Trump e o impeça de concorrer novamente à Casa Branca em 2024.