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Democratas apresentam acusações contra Trump por ataque ao Capitólio

Os democratas apresentarão de maneira detalhada nesta quarta-feira (10) as denúncias contra Donald Trump, acusado de "incitação à insurreição", depois do apelo à emoção durante o primeiro dia do julgamento contra o ex-presidente com a exibição de um vídeo impactante do ataque ao Capitólio

AFP
10/02/2021 às 11:12.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:34

Os democratas apresentarão de maneira detalhada nesta quarta-feira (10) as denúncias contra Donald Trump, acusado de "incitação à insurreição", depois do apelo à emoção durante o primeiro dia do julgamento contra o ex-presidente com a exibição de um vídeo impactante do ataque ao Capitólio.

O julgamento, que acontece no Senado, é uma "instrumentalização política" e "dividirá" os Estados Unidos, argumentou na segunda-feira um dos advogados de Trump, David Schoen.

"Muitos americanos o veem como o que é: uma tentativa de um grupo de políticos de manter Donald Trump fora da política", disse.

Se for considerado culpado, os democratas organizarão outra votação para evitar que Trump possa concorrer em outras eleições.

Mas com um apoio ainda bastante sólido dos republicanos, o ex-presidente tem grandes possibilidades de ser absolvido, o que pode acontecer no início da próxima semana.

Trump, que mora na Flórida desde que deixou a Casa Branca em 20 de janeiro, não vai testemunhar no processo.

O Senado começará a aprofundar o processo a partir de meio-dia (14H00 de Brasília), com uma exposição dos fatos. Cada parte terá 16 horas para apresentar seu caso, em uma sequência que pode durar até quatro dias.

Desde o início do processo na terça-feira, os "procuradores" democratas parecem decididos a recordar aos 100 senadores que atuam como jurados, e a todos os americanos, a violência do ataque que deixou cinco mortos no Capitólio em 6 de janeiro.

A acusação é baseada em "fatos claros e sólidos", disse o congressista que lidera a acusação, Jamie Raskin, no mesmo plenário que foi invadido violentamente pelos manifestantes pró-Trump.

Durante vários minutos, sem fazer comentários, Raskin exibiu um vídeo que colocou em perspectiva as sequências que ilustram o ataque à sede do Congresso dos Estados Unidos:

- O discurso de Trump chamando seus milhares de seguidores reunidos em frente à Casa Branca para se manifestarem "de maneira pacífica e patriótica" em direção ao Capitólio. "Nunca recuperarão nosso país sendo fracos", declarou o então presidente à multidão.

- A abertura solene das sessões legislativas para certificar a vitória de Joe Biden, rival de Trump nas eleições de novembro.

- E os manifestantes rompendo cercos policiais e entrando no Capitólio, vagando pelos corredores em busca de congressistas odiados, enquanto representantes, senadores e o vice-presidente Mike Pence eram evacuados do Senado ou se escondiam nas galerias da Câmara dos Representantes.

Raskin também lembrou que duas horas após o ataque, Trump tuitou um vídeo no qual dizia que as eleições foram uma "fraude" e, embora tenha pedido aos manifestantes que voltassem para casa, acrescentou: "Amamos vocês".

Se estes acontecimentos "não são passíveis de acusação, então nada é", concluiu Raskin.

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