Uma delegação israelense-americana deixou Abu Dhabi nesta terça-feira (1) após uma visita oficial inédita, durante a qual autoridades dos três países discutiram a cooperação futura em diferentes áreas, como parte de uma normalização das relações entre o Estado hebreu e os Emirados
Uma delegação israelense-americana deixou Abu Dhabi nesta terça-feira (1) após uma visita oficial inédita, durante a qual autoridades dos três países discutiram a cooperação futura em diferentes áreas, como parte de uma normalização das relações entre o Estado hebreu e os Emirados.
Os Emirados Árabes Unidos, um Estado federal cuja capital Abu Dhabi é um dos sete emirados, é o primeiro país do Golfo a estabelecer oficialmente laços com Israel após mediação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Seu genro e conselheiro da Casa Branca Jared Kushner liderou a delegação que chegou a Abu Dhabi na segunda-feira, no primeiro voo comercial direto entre Tel Aviv e os Emirados.
Não ficou claro, no entanto, se Kushner retornaria para Israel, ou se iria para outro país da região.
Em uma declaração conjunta divulgada na segunda-feira, os três países anunciaram discussões sobre cooperação em sete áreas: investimento, finanças, saúde, exploração espacial, aviação civil, política externa e turismo e cultura.
"O resultado será uma ampla cooperação entre duas das economias mais inovadoras e dinâmicas da região", disseram na segunda-feira, após conversas entre Kushner e os assessores de segurança nacional israelense Meir Ben-Shabbat, e dos Emirados, xeque Tahnun bin Zayed.
A delegação EUA-Israel chegou a Abu Dhabi na segunda-feira por meio do primeiro voo comercial direto da companhia aérea El Al proveniente de Tel Aviv.
Bandeiras americanas tremulavam ao lado de bandeiras com a estrela de David na cabine da aeronave, onde a palavra "paz" estava escrita em árabe, inglês e hebraico, acima do nome da cidade israelense de Kiryat Gat.
"Estamos profundamente tristes em ver um avião israelense pousar nos Emirados sob o nome de Kiryat Gat, um assentamento construído nas terras (palestinas) de Al-Faluja", lamentou o primeiro-ministro palestino, Mohammed Shtayyeh, após o pouso do avião em Abu Dhabi.
Os palestinos condenaram o acordo entre os Emirados e Israel, acusando Abu Dhabi de traição e violação do consenso árabe que fez da resolução do conflito uma condição sine qua non para a normalização das relações com o Estado judeu.
O acordo de normalização prevê, segundo os Emirados, a suspensão por parte de Israel das anexações dos territórios que ocupa na Cisjordânia, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que se trata apenas de uma suspensão temporária.
Emirados Árabes Unidos e Israel anunciaram em 13 de agosto um acordo para normalizar as relações - oficiosas há vários anos. O país é a primeira nação do Golfo a estabelecer relações com o Estado hebreu e o terceiro do mundo árabe, depois do Egito, em 1979, e da Jordânia, em 1994.
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