INTERNACIONAL

Da indignação à 'impunidade', dez anos do massacre de 72 migrantes no México

A indignação deu lugar ao "esquecimento e à impunidade", denunciam familiares e advogados no aniversáiro de dez anos do massacre de 72 migrantes no México, em sua maioria latino-americanos, que tentavam chegar nos Estados Unidos

AFP
22/08/2020 às 13:48.
Atualizado em 25/03/2022 às 15:51

A indignação deu lugar ao "esquecimento e à impunidade", denunciam familiares e advogados no aniversáiro de dez anos do massacre de 72 migrantes no México, em sua maioria latino-americanos, que tentavam chegar nos Estados Unidos.

Há 15 presos, mas nenhum condenado por este massacre executado por narcotraficantes entre 22 e 23 de agosto de 2010 no município de San Fernando (estado Tamaulipas, nordeste).

"Realmente é ultrajante que nem um único indivíduo tenha sido condenado, porque já são dez anos sem justiça", comentou por telefone de Honduras Johni Hernández, irmão de Eva Noemí.

"O que pode resumir o status do caso é a impunidade, desdem e falta de vontade política", disse à AFP a advogada Ana Lorena Delgadillo, diretora da Fundação para a Justiça e o Estado de Direito, que representa 11 das famílias dos assassinados.

Segundo a versão oficial, o crime ocorreu a menos de 150 km da fronteira com Estados Unidos, destino final dos 58 homens e 14 mulheres vindos da Guatemala, Honduras, El Salvador, Equador, Brasil e Índia.

Nove corpos permanecem no Instituto de Ciências Forenses da Cidade do México ainda sem identificação.

"Não investigaram como deveriam, há muitas pessoas que estão por trás de tudo isso e andam soltas como ninguém", condena Hernández.

De acordo com as autoridades mexicanas, os migrantes foram sequestrados pelo cartel de Los Zetas e levados a um rancho onde foram obrigados a trabalhar para o grupo, mas ao se negarem foram mortos.

Pelo menos duas pessoas sobreviveram, entre elas um equatoriano que foi ferido na mandíbula por um disparo e fingiu estar morto para que não viesse a morrer de fato.

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