O Simespi, sindicato patronal da Indústria, inicia nessa gestão, presidida por Erick Gomes, cursos de formação de mão de obra para o setor industrial voltados aos jovens, uma parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), projeto Exército de Formiguinhas e Diocese de Piracicaba
Novo presidente assumiu o Simespi, na semana passada, em substituição a Euclides Libardi (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)
O empresário Erick Gomes, 47, executivo da empresa de caldeiraria DanPower, no distrito industrial Uninorte, assumiu a presidência do Simespi, sindicato patronal da Indústria, na semana passada e já trabalha intensamente para dar forma a alguns projetos que estavam sendo desenhados durante a gestão de Euclides Libardi, na qual ele atuava como vice-presidente. São cursos de formação de mão de obra para o setor industrial voltados aos jovens.
A iniciativa é fruto de parceria entre a entidade patronal, Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), projeto Exército de Formiguinhas e Diocese de Piracicaba.
"A diretoria da entidade ligada à igreja nos ajudou na seleção dos alunos, tendo como um dos critérios a determinação para o estudo; ao lado de parceiros, o Simespi idealizou a iniciativa social para que a entidade tivesse maior inserção na cidade, com resultados objetivos junto às famílias que precisam desse tipo de apoio. Ao mesmo tempo em que o resultado fosse algo concreto e de interesse para os associados do Simespi", explicou Gomes.
Na primeira etapa do projeto serão oferecidos cinco cursos: auxiliar administrativo, almoxarife, ajustador mecânico, caldeireiro traçador e soldador.
Ontem (30), começaram as aulas do curso de auxiliar administrativo, com 160 horas/aula, na unidade Senai Mário Dedini, na Vila Rezende. Para fevereiro, a programação inclui o início dos cursos de almoxarife, com 160 horas/aula, e de ajustador mecânico, com 220 horas/aula, ambos na unidade Senai Mário Henrique Simonsen, no Centro. O curso para formação de soldador começa em março, com 168 horas/aula, no Senai da Vila Rezende, onde também inicia, em maio, a turma para o curso de caldeireiro traçador, com 160 horas/aula.
Gomes disse também que uma forma de ajudar essas famílias das comunidades é "dando a vara para elas pescarem". Antes da escolha dos curso foi feita uma pesquisa de mercado e essas atividades se destacaram pela falta de mão de obra disponível. "Nesse sentido, acreditamos que ao término dos cursos, 100% desses alunos estarão inseridos no mercado de tralho. Mas isso vai depender exclusivamente deles, dos jovens".
O olhar do empresário está na necessidade de se flexibilizar com segurança as limitações estabelecidas pelo Estatuto das Crianças e Adolescentes (ECA), que proíbe determinantemente, o trabalho antes dos 16 anos, a não ser o trabalho aprendiz. "O Brasil vive uma realidade nova e Piracicaba, especificamente o setor metalmecânico, tem condições de preparar esses jovens de comunidades para o trabalho, contribuindo sobremaneira para a melhoria das condições de vida familiar. Porque esses adolescentes se mantiverem na rua, sem orientação, vão procurar caminhos alternativos para a vida, colocando em risco inclusive sua dignidade", concluiu.