Cuba recebeu de maneira triunfal na segunda-feira à noite seus médicos que passaram dois meses na Itália para ajudar na luta contra o coronavírus
Cuba recebeu de maneira triunfal na segunda-feira à noite seus médicos que passaram dois meses na Itália para ajudar na luta contra o coronavírus.
A brigada médica, integrada por 36 médicos, 15 enfermeiras e um administrador, exibiu pequenas bandeiras da Itália e de Cuba ao desembarcar do avião, que pousou no fim da tarde em Havana, procedente de Milão.
A chegada foi exibida ao vivo pela televisão cubana.
Todos de máscara, luvas e jaleco branco, os membros da brigada receberam uma rosa vermelha e uma medalha durante a cerimônia de recepção oficial no aeroporto da capital. O grupo viajou em 22 de março para a Lombardia, na ocasião o epicentro da pandemia na Itália.
Com todos os cuidados exigidos em um período de pandemia, o discurso do presidente Miguel Díaz-Canel, que estava na reunião do Conselho de Ministros, acompanhado por vários membros do governo, foi exibido em uma tela gigante instalada em uma sala do aeroporto.
"Vocês representam a vitória da vida sobre a morte, da solidariedade sobre o egoísmo, do ideal socialista sobre o mercado", disse o governante, também de máscara.
"Vocês mostraram ao mundo uma verdade, que os inimigos de Cuba tentaram silenciar ou tergiversar: a força da medicina cubana", completou.
O apoio ao programa de missões médicas de Cuba no exterior, que existe desde década de 1960, e que registrou uma grande retomada durante a pandemia, não é unânime.
O programa é muito criticado por Estados Unidos e Brasil, que denunciam em particular as condições de trabalho dos profissionais, que têm parte dos salários destinados ao Estado.
Cuba começou a cobrar dos países mais ricos na década de 2000 por este serviço, que se tornou uma de suas principais fontes de renda: em 2018 o país arrecadou 6,3 bilhões de dólares.
Mas no ano passado a ilha foi afetada pela reconfiguração política da América Latina, com uma guinada à direita.
O país teve que renunciar a contratos para enviar médicos ao Brasil, Bolívia, Equador e El Salvador, um golpe político e financeiro.
Mas desde o início da pandemia de coronavírus, o programa vive um retorno: Cuba enviou 1.870 profissionais da saúde a 26 países, incluindo México, Principado de Andorra, África do Sul e Catar.
Para os médicos que retornaram da Itália, a polêmica não afeta o trabalho.
São profissionais experientes, muitos que já participaram de outras missões no exterior, e retornam com a sensação de dever cumprido.