INTERNACIONAL

Cuba recebe como heróis médicos que retornam de missão na Itália

Cuba recebeu de maneira triunfal na segunda-feira à noite seus médicos que passaram dois meses na Itália para ajudar na luta contra o coronavírus

AFP
09/06/2020 às 06:39.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:18

Cuba recebeu de maneira triunfal na segunda-feira à noite seus médicos que passaram dois meses na Itália para ajudar na luta contra o coronavírus.

A brigada médica, integrada por 36 médicos, 15 enfermeiras e um administrador, exibiu pequenas bandeiras da Itália e de Cuba ao desembarcar do avião, que pousou no fim da tarde em Havana, procedente de Milão.

A chegada foi exibida ao vivo pela televisão cubana.

Todos de máscara, luvas e jaleco branco, os membros da brigada receberam uma rosa vermelha e uma medalha durante a cerimônia de recepção oficial no aeroporto da capital. O grupo viajou em 22 de março para a Lombardia, na ocasião o epicentro da pandemia na Itália.

Com todos os cuidados exigidos em um período de pandemia, o discurso do presidente Miguel Díaz-Canel, que estava na reunião do Conselho de Ministros, acompanhado por vários membros do governo, foi exibido em uma tela gigante instalada em uma sala do aeroporto.

"Vocês representam a vitória da vida sobre a morte, da solidariedade sobre o egoísmo, do ideal socialista sobre o mercado", disse o governante, também de máscara.

"Vocês mostraram ao mundo uma verdade, que os inimigos de Cuba tentaram silenciar ou tergiversar: a força da medicina cubana", completou.

O apoio ao programa de missões médicas de Cuba no exterior, que existe desde década de 1960, e que registrou uma grande retomada durante a pandemia, não é unânime.

O programa é muito criticado por Estados Unidos e Brasil, que denunciam em particular as condições de trabalho dos profissionais, que têm parte dos salários destinados ao Estado.

Cuba começou a cobrar dos países mais ricos na década de 2000 por este serviço, que se tornou uma de suas principais fontes de renda: em 2018 o país arrecadou 6,3 bilhões de dólares.

Mas no ano passado a ilha foi afetada pela reconfiguração política da América Latina, com uma guinada à direita.

O país teve que renunciar a contratos para enviar médicos ao Brasil, Bolívia, Equador e El Salvador, um golpe político e financeiro.

Mas desde o início da pandemia de coronavírus, o programa vive um retorno: Cuba enviou 1.870 profissionais da saúde a 26 países, incluindo México, Principado de Andorra, África do Sul e Catar.

Para os médicos que retornaram da Itália, a polêmica não afeta o trabalho.

São profissionais experientes, muitos que já participaram de outras missões no exterior, e retornam com a sensação de dever cumprido.

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