A Argentina, que passa por uma dura crise econômica exacerbada pela nova pandemia de coronavírus, entrou em default nesta sexta-feira, quase 20 anos depois de declarar a maior moratória da história, de mais de 100 bilhões de dólares
A Argentina, que passa por uma dura crise econômica exacerbada pela nova pandemia de coronavírus, entrou em default nesta sexta-feira, quase 20 anos depois de declarar a maior moratória da história, de mais de 100 bilhões de dólares.
Terceira maior economia da América Latina e membro do G20, a Argentina tem 33% de sua população em situação de pobreza e uma inflação anual superior a 50%.
Aqui está uma cronologia da atual crise econômica argentina:
Em um período de 45 dias, entre abril e maio de 2018, o peso argentino desvalorizou 20%, apesar de várias intervenções do Banco Central, que elevaram a taxa de juros para 40% ao ano, venderam reservas internacionais e injetaram mais de 10 bilhões dólares para a economia.
Em 20 de junho de 2018, o FMI aprovou um empréstimo de US$ 50 bilhões para atacar o déficit fiscal e a queda da moeda. Em troca, o governo Mauricio Macri se comprometeu com um severo programa de austeridade.
Em 3 de setembro de 2018, Macri anuncia um plano de austeridade: elimina vários ministérios e restaura os impostos sobre as exportações agrícolas, o setor que gera mais divisas.
Em 25 de setembro de 2018, quando as autoridades se reúnem em Washington com o FMI, ocorre uma greve geral. O presidente do Banco Central, Luis Caputo, renuncia.
Em 26 de setembro de 2018, o FMI aumentou sua ajuda para US$ 57 bilhões.
O Banco Mundial concede outro empréstimo por 950 milhões de dólares. A Argentina encerrou 2018 com inflação de 47,6%, a maior desde 1991. O peso perdeu metade do seu valor no ano.