Desde a intensa emoção do dia em que a capital japonesa foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2020, o caminho para os Jogos de Tóquio, marcado há um ano pela pandemia da covid-19, foi repleto de obstáculos
Desde a intensa emoção do dia em que a capital japonesa foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2020, o caminho para os Jogos de Tóquio, marcado há um ano pela pandemia da covid-19, foi repleto de obstáculos.
O último percalço foram as declarações sexistas e a renúncia à presidência do Comitê Organizador de Yoshiro Mori, o que resultou nesta quinta-feira (18) em sua substituição por Seiko Hashimoto, uma medalhista olímpica e uma das poucas mulheres em cargos de primeiro escalão na política japonesa.
A seguir, os episódios mais significativos desde a escolha de Tóquio como sede dos Jogos Olímpicos:
No dia 8 de setembro de 2013, Tóquio ficou encarregada de sediar os Jogos Olímpicos de 2020. O país comemorou, e os apresentadores de televisão choraram de emoção. Muitos temiam que o acidente nuclear de Fukushima, resultado do gigantesco terremoto e tsunami de 2011, arruinasse o projeto olímpico. O governo apostou, então, no sucesso do que chamou de "Jogos da Reconstrução".
Em julho de 2015, o primeiro-ministro Shinzo Abe ordenou uma revisão completa do projeto do novo estádio olímpico, após as críticas por seu alto custo (US$ 2,42 bilhões). Os planos da arquiteta anglo-iraquiana Zaha Hadid foram cancelados, e a obra ficou com o projeto do japonês Kengo Kuma.
Outro revés veio em setembro de 2015: o Comitê Organizador teve de abrir mão do primeiro logotipo dos Jogos, pois se parecia muito com a marca de um teatro em Liège (na Bélgica), cujo criador havia recorrido à Justiça.
Em 19 de março de 2019, o presidente do Comitê Olímpico Japonês, Tsunekazu Takeda, de 71 anos, anunciou sua renúncia, oficialmente devido à sua idade. Mas ele estava sob pressão desde a revelação, em janeiro daquele ano, do indiciamento na França por suspeita de subornar membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2013 em apoio à candidatura de Tóquio.
No mês seguinte, veio outra demissão, a do ministro responsável pelas Olimpíadas, Yoshitaka Sakurada, que havia cometido vários erros em seus seis meses de mandato.
Em meados de 2019, as altas temperaturas e a umidade extrema em Tóquio foram uma provação para os atletas durante os testes para os Jogos Olímpicos. No início de outubro, o COI decidiu transferir a maratona olímpica para Sapporo, 800 quilômetros ao norte da capital japonesa.
Em 24 de março de 2020, em meio à expansão da pandemia de coronavírus, o COI anunciou o adiamento dos Jogos Olímpicos para 2021. Um adiamento de um ano que foi histórico, já que desde a criação do evento em 1896 os Jogos nunca foram adiados - a não ser nas Guerras Mundiais.
Os Jogos de Tóquio serão "um testemunho da derrota do vírus", afirmou Shinzo Abe.
Apesar do adiamento, o evento mantém o nome "Tokyo-2020". As novas datas estão definidas: de 23 de julho a 8 de agosto de 2021 para os Jogos Olímpicos, e de 24 de agosto a 5 de setembro, para os Jogos Paralímpicos.