INTERNACIONAL

Covid-19: em busca da origem do mal

Combater a covid-19 significa olhar para o futuro criando vacinas, mas também olhar para trás para tentar rastrear a origem dessa nova doença, um ano após seu surgimento na China

AFP
01/12/2020 às 06:40.
Atualizado em 24/03/2022 às 02:58

Combater a covid-19 significa olhar para o futuro criando vacinas, mas também olhar para trás para tentar rastrear a origem dessa nova doença, um ano após seu surgimento na China. Uma busca meticulosa, com um resultado incerto.

Não há certeza. Tudo o que sabemos é que os primeiros casos foram detectados na cidade chinesa de Wuhan há um ano, antes de a doença se espalhar para a Ásia e depois para o mundo.

"Acreditamos que os primeiros casos em Wuhan datem do início de dezembro", diz a OMS (Organização Mundial da Saúde) em seu site.

"Mas o lugar onde uma epidemia é detectada pela primeira vez não é necessariamente onde ela começou", acrescenta a OMS, segundo a qual "não se pode excluir que o vírus circulou em outras partes, silenciosamente".

Nos últimos meses, pesquisadores de diferentes países garantiram que casos passaram despercebidos muito antes de dezembro de 2019, com base em análises de águas residuais e amostras de sangue.

Mas essas afirmações "não foram confirmadas" por falta de "evidências claras" de sua solidez, aponta Etienne Simon-Lorière, chefe da unidade de genômica evolutiva de vírus de RNA do Instituto Pasteur (Paris).

Para estabelecer a árvore genealógica do vírus, os pesquisadores confiam principalmente na genética.

Essas análises "permitem entender melhor a dinâmica da transmissão, em particular como o vírus pode ter evoluído ao longo do tempo e como vários centros de infecção podem estar ligados entre si", segundo a OMS.

A organização reuniu uma equipe internacional de 10 cientistas, cuja missão é rastrear as origens do vírus.

Eles terão que investigar os animais suspeitos e como os primeiros pacientes podem ter sido infectados.

Os cientistas concordam que a doença é de origem animal. "O grande ponto de interrogação é o que levou à transferência para o Homem", explica Etienne Simon-Lorière à AFP.

É muito provável que o animal causador do vírus seja o morcego, "um grande reservatório de coronavírus", acrescenta.

O animal intermediário ainda não foi descoberto, uma vez que é improvável que o vírus SARS-CoV-2 tenha passado diretamente dos morcegos para os humanos.

O pangolim foi apontado como suspeito desde muito cedo, com base em análises genéticas. Mas não há certeza.

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