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Covid-19 e o desafio de fazer as vacinas chegarem a seu destino

Como serão transportadas milhares de milhões de doses de vacinas para combater a covid-19, de forma rápida e segura? Profissionais da logística se preparam, com base em equações com múltiplas incógnitas

AFP
26/11/2020 às 11:51.
Atualizado em 24/03/2022 às 02:30

Como serão transportadas milhares de milhões de doses de vacinas para combater a covid-19, de forma rápida e segura? Profissionais da logística se preparam, com base em equações com múltiplas incógnitas.

A previsão é de que sejam produzidas entre 12 e 15 bilhões de doses em todo mundo, segundo a Federação Internacional da Indústria Farmacêutica (IFPMA).

"Os modelos atuais antecipam que não haverá doses de vacina suficientes para cobrir toda população mundial antes de 2023, ou 2024", afirma a American Duke University.

Os laboratórios preparam dois tipos de vacinas. Um deles, por exemplo, a vacina da Pfizer/BioNTech, exige temperaturas muito baixas para armazenamento (até 80°C abaixo de zero), enquanto as outras mais convencionais podem ser mantidas entre 2°C e 8°C, a temperatura de um refrigerador doméstico.

O primeiro tipo, particularmente difícil de transportar, "incluirá até 30% das doses a serem distribuídas em todo mundo", considera o CEO do grupo de logística Ceva (CMA-CGM), Mathieu Friedberg.

Friedberg esclarece que já existem transportes a 80°C abaixo de zero para a transferência de órgãos.

"Aqui, o que muda é o volume, em um período de tempo relativamente curto", aponta.

Para os 70% restantes, "sempre haverá logística específica. É um produto farmacêutico e, portanto, sensível, mas exige menos tecnologia", acrescenta.

Para Friedberg, metade das vacinas será transportada por via terrestre do local de produção para os locais de armazenamento e, depois, para os centros de vacinação.

A outra metade, segundo ele, vai exigir uma logística que combine transporte aéreo e terrestre.

"Será necessário estabelecer algum tipo de ponte aérea", afirma o gerente de carga da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), Glyn Hughes.

Transportar uma dose para cada habitante do planeta exigiria 8.000 voos em aviões cargueiros do tipo jumbo, já que cada um desses aviões pode transportar um milhão de doses.

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