O novo coronavírus alcançou nesta sexta-feira o mais notório dos seus céticos, o presidente americano Donald Trump, enquanto Madri está sob restrita mobilidade.
O próprio presidente, de 74 anos, comunicou mais cedo em uma mensagem no Twitter que ele e sua esposa, Melania, de 50, estão infectados, a um mês das eleições presidenciais no país.
"Esta noite, a primeira-dama e eu testamos positivo para covid-19. Nós vamos começar imediatamente nosso processo de quarentena e de recuperação. Nós vamos superar isto JUNTOS!", escreveu o presidente no Twitter.
No final do dia, voltou a falar sobre sua situação em breve mensagem de vídeo publicado na rede social, antes de embarcar em um helicóptero rumo a um hospital nos arredores de Washington.
"Quero agradecer a todos pelo tremendo apoio", disse Trump em seu primeiro comentário público desde que anunciou ter contraído a covid-19.
"Vou ao hospital Walter Reed. Acho que estou muito bem. Mas vamos nos assegurar de que tudo correrá bem", explicou, afirmando que a esposa Melania, que também testou positivo, está "muito bem".
Mais cedo, o médico da Casa Branca, Sean Conley, afirmou que o presidente estava "cansado", mas de "bom humor", e recebeu uma dose de um tratamento experimental com um coquetel sintético de anticorpos.
Conley acrescentou que o republicano "está sendo avaliado por uma equipe de especialistas que juntos farão recomendações sobre os próximos passos a serem seguidos pelo presidente e pela primeira-dama", que por sua vez relatou se sentir "bem" e estar confiante sobre uma "recuperação rápida".
A equipe próxima ao presidente foi submetida a testes, que no caso de vice-presidente Mike Pence e seu filho Barron tiveram resultados negativos.
O candidato democrata Joe Biden - que mais cedo desejou a Trump uma recuperação rápida e esteve com ele na terça-feira passada durante o debate presidencial - também testou negativo para a covid-19.
Ironicamente, Trump, que zombou do oponente por seus cuidados frente ao novo coronavírus, está em quarentena na Casa Branca. Já Biden, que aparece com vantagem nas pesquisas, segue em campanha para as eleições de 3 de novembro.
Uma das questões que mais afetam os resultados de Trump nas pesquisas é sua forma de gerenciar a pandemia.
No início, minimizava publicamente o vírus e sempre se opôs às medidas restritivas para conter a sua propagação, para evitar prejudicar a economia.
No final das contas, os Estados Unidos são o país com o maior número de vítimas no mundo, registrando mais de 207.000 mortos. Ou seja, reúne um quinto das mortes no mundo pela covid-19.
Antes de Trump, outros presidentes foram afetados pela doença, como o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, o presidente hondurenho Juan Orlando Hernández, a boliviana Jeanine Añez Áñez e o guatemalteco Alejandro Giammattei.
Na Europa, que registra mais de 233.099 mortes e 5,5 milhões de casos, o aumento de novos casos obriga países como França e Espanha a aumentarem as restrições.