INTERNACIONAL

Coronavírus, um quebra-cabeças para enclave belga na Holanda

Para os habitantes de Baarle-Hertog, um pequeno enclave belga no sul da Holanda, e os de sua vizinha holandesa Baarle-Nassau respeitar as regras sobre o coronavírus é um desafio diário por suas ruas emaranhadas e peoas formas díspares de enfrentar a epidemia

AFP
14/08/2020 às 08:03.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:39

Para os habitantes de Baarle-Hertog, um pequeno enclave belga no sul da Holanda, e os de sua vizinha holandesa Baarle-Nassau respeitar as regras sobre o coronavírus é um desafio diário por suas ruas emaranhadas e peoas formas díspares de enfrentar a epidemia.

As duas localidades formam um grande quebra-cabeças, bastante complexo. Baarle-Hertog tem 22 enclaves em território holandês, enquanto Baarle-Nassau possui sete dentro do próprio território belga e outro além da fronteira.

No terreno, onde a porta de cada casa determina o país a que pertencem, os cidadãos belgas e holandeses estão habituados a viver sem a preocupação das fronteiras difusas dentro da União Europeia (UE). Mas a pandemia mudou tudo.

Em Baarle-Hertog, vinculada à província belga da Antuérpia, é obrigatório usar máscara em locais públicos, enquanto em Baarle-Nassau se limita aos transportes públicos, como no restante da Holanda.

"As pessoas não sabem se devem usar uma máscara quando entram na minha loja", explica à AFP a holandesa Sylvia Reijbroek, cuja galeria de arte fica dos dois lados da fronteira, representada no chão por fitas brancas.

A situação cômica não parece tão agradável em plena pandemia. "Antes do coronavírus, não havia problemas com as fronteiras, mas agora é diferente", afirma a galerista.

Quando os clientes entram pelo lado belga, Sylvia explica que devem usar a máscara, antes de informar que podem tirar a peça depois de atravessar a fronteira, a poucos metros.

Apesar das dezenas de marcas no chão nas duas localidades para indicar as fronteiras, "tudo funcionava muito bem, pois os moradores se consideravam membros de uma única comunidade", afirma Frans De Bont, prefeito de Baarle-Hertog.

"Tudo mudou com o coronavírus. Ninguém sabe o que fazer", explica à AFP.

"Agora é "você é holandês e tem suas regras" e nós temos as regras belgas que são mais rígidas. É estranho", lamenta De Bont.

Durante o confinamento, Sylvia teve que fechara a galeria, registrada na Bélgica, enquanto o comércio do lado holandês permaneceu. A Holanda foi um dos poucos países na Europa que não decretou o confinamento.

"Temos dois governos que têm maneiras diferentes de atuar contra o coronavírus. Não é muito agradável", afirma a galerista.

Alguns estabelecimentos comerciais, para ajudar os moradores, anunciam nas vitrines: "Aqui a máscara não é obrigatória".

E o cúmulo do absurdo para a população aconteceu quando as autoridades da província da Antuérpia endureceram as medidas para frear a COVID-19 e instauraram um toque de recolher, que foi suspenso esta semana devido às altas temperaturas.

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