A maioria dos muçulmanos do mundo celebra, neste domingo (24), o Eid al-Fitr, festa que marca o fim do mês de jejum do Ramadã, ofuscado este ano pelas medidas para conter a pandemia de COVID-19
A maioria dos muçulmanos do mundo celebra, neste domingo (24), o Eid al-Fitr, festa que marca o fim do mês de jejum do Ramadã, ofuscado este ano pelas medidas para conter a pandemia de COVID-19.
Esta festa, uma dos mais importantes do calendário muçulmano, é tradicionalmente comemorada com orações na mesquita, visitas a familiares e compras de roupas, presentes e doces.
Mas este ano, as celebrações deverão casar com o novo coronavírus. Do Egito ao Iraque, passando pela Turquia e Síria, vários países proibiram orações coletivas.
Alguns reforçaram as restrições depois que um certo relaxamento durante o Ramadã levou a um aumento das infecções, segundo as autoridades.
A Arábia Saudita, lar dos locais mais sagrados do Islã, viu o número de infecções quadruplicar desde o início do jejum, atingindo cerca de 68.000 casos. O reino instituiu um toque de recolher total de cinco dias que começou no sábado.
A grande mesquita de Meca estava quase vazia neste domingo. Do alto de uma galeria, um imã fazia uma oração. À sua frente, agentes de segurança, alguns usando máscaras, e alguns fiéis em filas dispostas em círculo.
Em Jerusalém, a Mesquita Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã, foi fechada.
Ao amanhecer, confrontos opuseram membros dos serviços de segurança israelenses aos fiéis reunidos no local, onde eram realizadas orações, de acordo com um fotógrafo da AFP.
Em Gaza, o Hamas, movimento islâmico que controla o enclave palestino, autorizou orações em mesquitas, apesar do anúncio da primeira morte ligada ao coronavírus no sábado.
Em uma mesquita, os fiéis, espaçados entre si, usavam máscaras.
"O Eid não é Eid com o coronavírus, as pessoas têm medo", disse Akram Taher.
Na Tunísia, cerca de quarenta fiéis oraram, a dois metros de distância, na grande mesquita Malek Ibn Anas, em Cartago, onde uma multidão de fiéis geralmente se reúne para o Eid.
A mesquita de Zitouna, um importante local histórico do Islã no coração da medina de Tunes, permaneceu vazia, algo extremamente raro desde a sua fundação no século VII, de acordo com os imãs.
Os parques de diversões, geralmente cheios de crianças pela manhã, permaneciam vazios.