INTERNACIONAL

Coronavírus deixa mais de 1,7 mil mortos em um dia na Espanha e Itália

A pandemia do novo coronavírus voltou a atingir com força Itália e Espanha neste sábado, com mais de 1,7 mil mortos nos dois países e o nervosismo crescente da população, enquanto, nos Estados Unidos, país com mais infectados, o presidente Donald Trump advertiu que poderá colocar o estado de Nova York em quarentena

AFP
28/03/2020 às 20:06.
Atualizado em 31/03/2022 às 06:35

A pandemia do novo coronavírus voltou a atingir com força Itália e Espanha neste sábado, com mais de 1,7 mil mortos nos dois países e o nervosismo crescente da população, enquanto, nos Estados Unidos, país com mais infectados, o presidente Donald Trump advertiu que poderá colocar o estado de Nova York em quarentena.

A Europa já representa dois terços dos mais de 30 mil mortos pela Covid-19. Na Espanha, o Ministério da Saúde anunciou números desoladores neste sábado: 832 mortos em 24 horas e um balanço total que já supera 5 mil vítimas fatais.

A região mais afetada é Madri, com 2.757 mortos, quase metade do total. A partir de segunda-feira a cidade habilitará um segundo necrotério em uma instalação pública que estava abandonada. O governo local já havia instalado um necrotério em uma pista de patinação no gelo em um centro comercial.

Além disso, o Exército e as autoridades locais criaram um hospital de campanha com capacidade máxima para 5.500 leitos em um centro de convenções da capital espanhola.

O governo do socialista Pedro Sánchez, que goza de poderes especiais graças ao estado de emergência, ordenou que os trabalhadores de setores não essenciais permaneçam em casa por 15 dias, para conter a propagação da doença.

Na Itália, a Covid-19 matou quase 1.000 pessoas em 24 horas, o maior número para apenas um dia no país desde o início da pandemia. O total de óbitos alcança 9.134.

Madri e Roma insistem em que a epidemia dá sinais de estabilização. Mas a falta de máscaras, luvas e roupas de proteção causa grande desgaste entre os profissionais de saúde, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Na Espanha, mais de 10 mil infectados trabalham na área de saúde.

A este problema se soma outro no horizonte. Na Sicília e no sul da Itália, foram registrados os primeiros saques. A população que trabalha no setor informal, que não recebe a ajuda oficial aos trabalhadores que estão parados, exige comida. O premier Giuseppe Conte anunciou esta noite que o governo irá distribuir bônus alimentares.

- Advertência de Trump -

Nos Estados Unidos, que testam de forma exaustiva a população, os infectados são mais de 115 mil, um sexto do total mundial. Na maior potência mundial, a guerra contra o coronavírus é travada principalmente em Nova York. A cidade está em quarentena, mas o estado de Nova York, não.

"Há problemas na Flórida, muitos nova-iorquinos se deslocam para o sul. Não queremos isso", reclamou Trump no Twitter.

Enquanto cientistas buscam um paliativo para a pandemia, o confinamento é, no momento, a medida mais drástica à disposição dos governos para conter a expansão do novo coronavírus. Cerca da metade da população mundial está submetida a algum tipo de isolamento.

A Rússia, único grande país que ainda não havia adotado medidas de confinamento generalizado, decidiu fechar a partir deste sábado os restaurantes e a maior parte do comércio, antes de uma semana de recesso. Desta maneira, as autoridades esperam que os russos permaneçam em casa, apesar da ausência de um decreto. O país também fechará totalmente suas fronteiras terrestres a partir de segunda-feira, após suspender quase todas as conexões aéreas esta semana.

No Brasil e México, países que resistiram até o último momento à ideia de decretar o confinamento da população, a pressão aumenta. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, pediu aos mexicanos que fiquem em casa.

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