INTERNACIONAL

Coronavírus agrava a vida dos australianos desabrigados por incêndios

Nos terríveis incêndios que devastaram a Austrália, muitas pessoas perderam tudo. Meses depois que as chamas foram apagadas, ainda vivem em tendas, garagens, ou abrigos improvisados, situação agravada pelo coronavírus

AFP
26/05/2020 às 09:37.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:40

Nos terríveis incêndios que devastaram a Austrália, muitas pessoas perderam tudo. Meses depois que as chamas foram apagadas, ainda vivem em tendas, garagens, ou abrigos improvisados, situação agravada pelo coronavírus.

Na costa sudeste da Austrália, Anita Lawrence e seus cinco filhos tentam se proteger do frio em um abrigo.

Ela estava na Tasmânia quando os incêndios destruíram os materiais destinados a construir sua nova casa.

"Tudo desapareceu", diz essa mulher de 51 anos, ao lado de árvores carbonizadas.

A Austrália sofreu incêndios de magnitude e duração excepcionais no final de 2019 e no início de 2020, os quais forçaram milhares de pessoas a procurarem abrigos precários.

A catástrofe gerou uma onda de solidariedade em todo mundo e promessas do governo.

Seis meses depois, porém, assim como essa mãe, que mora a seis horas de carro de Sydney, muitas pessoas ainda estão em uma situação precária.

"Quando você volta, vê tantas coisas destruídas que tudo é difícil", conta Lawrence à AFP, que vive neste abrigo temporário desde fevereiro.

Desde março, em razão do confinamento estabelecido para combater o coronavírus, ela não dá mais aulas de jardinagem em uma escola, como fazia vários dias por semana. Tem conseguido alimentar sua família com suas economias da aposentadoria.

David Crooke, um morador da região, e sua equipe construíram uma extensão para ampliar as acomodações temporárias.

Graças a ele, agora tem um banheiro, aquecimento e um dormitório.

Nos últimos meses, a pequena equipe de Crooke, financiada pelo governo do estado de Nova Gales do Sul, pela Cruz Vermelha e por doações, construiu abrigos para aqueles que ficaram sem nada.

"Há lugares que foram completamente destruídos", relata.

Ele também perdeu sua casa durante os incêndios, contra os quais lutou todo verão.

Desde então, acampa em condições cada vez mais difíceis, movendo-se de um lugar para o outro, para ajudar a construir alojamentos temporários.

O material é escasso, porém, o que complica uma tarefa já difícil do ponto de vista físico e emocional.

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