O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, concluiu no domingo à noite (21) alguns "Estados Gerais" para a retomada econômica da Itália após o coronavírus, na qual se comprometeu a "reinventar" o país
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, concluiu no domingo à noite (21) alguns "Estados Gerais" para a retomada econômica da Itália após o coronavírus, na qual se comprometeu a "reinventar" o país.
"O plano de recuperação não será um conjunto de reformas. Percebemos que, para reformar o país, devemos reinventá-lo. Essa (pandemia) tem sido uma experiência muito difícil", reconheceu Conte aos jornalistas.
Após oito dias de reuniões e consultas, os chamados "Estados Gerais", boicotados pela oposição de direita, teriam como objetivo relançar a Itália e elaborar um plano detalhado com todas as partes do país, o qual será apresentado em setembro à União Europeia.
A Comissão Europeia propôs no final de maio um plano de estímulo pós-coronavírus de 750 bilhões de euros (cerca de US$ 845 bilhões), ou seja, 500 bilhões de euros (US$ 560 bilhões) em subvenções não reembolsáveis e 250 bilhões de euros (US$ 280 bilhões) em empréstimos.
Epicentro da pandemia na Europa, com cerca de 34.634 mortes, a Itália deve se beneficiar de 172 bilhões de euros (US$ 194 bilhões) dessa quantia, no momento em que sua economia, a terceira da zona do euro, está esgotada.
Conte também se comprometeu a gastar esses fundos "da melhor maneira possível" para que a Itália seja "mais moderna, mais digital, mais ecológica e mais inclusiva", afirmou.
Os "Estados Gerais" foram decididos na luxuosa Villa Pamphilij, em uma das colinas de Roma, onde Conte presidiu 82 reuniões com figuras políticas, econômicas e culturais para ouvirem suas propostas.
Entre as prioridades do governo, estão a modernização e a redução da burocracia, um dos grandes males do país.
As autoridades querem aumentar os pagamentos por meios eletrônicos, para combater a fraude fiscal e a economia informal.
Para promover a transição energética e ecológica, outra prioridade, Conte propôs o desenvolvimento de ferrovias de alta velocidade e grandes projetos de infraestrutura.
Ele estuda ainda uma redução do IVA para dar "um impulso ao consumo", embora seja uma medida "cara", reconheceu o primeiro-ministro.
Para uma Itália "mais inclusiva", Conte deu a ideia de financiar as mulheres empresárias com um bônus de 500 euros.
"Algumas medidas serão aplicadas em vários anos. Não podemos fazer tudo em poucas semanas, ou meses", alertou.
hba-kv/zm/aa/tt