Os centros eleitorais fecharam neste domingo (17) na Bolívia e começou a contagem de votos, em um dia pacífico para eleger um novo presidente quase um ano após a renúncia do socialista Evo Morales em meio a uma convulsão social
Os centros eleitorais fecharam neste domingo (17) na Bolívia e começou a contagem de votos, em um dia pacífico para eleger um novo presidente quase um ano após a renúncia do socialista Evo Morales em meio a uma convulsão social.
Após nove horas de votação, as urnas começaram a fechar às 17h00, hora local (21h00 GMT), embora aquelas com eleitores na fila continuassem abertas.
A divulgação dos resultados deve ser lenta depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu seu sistema de contagem rápida, para garantir a fidelidade dos dados.
O governo interino informou que as eleições ocorreram em clima de tranquilidade, exceto por pequenos incidentes, em um dia em que se temiam tumultos como os ocorridos após a votação cancelada de outubro de 2019.
"Tivemos um dia tranquilo em todo o país até agora", disse o vice-ministro de Segurança Cidadã, Wilson Santamaria, em nota, enquanto ainda há filas extensas de eleitores em algumas seções eleitorais logo após o fechamento das urnas, às 17H00.
Medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus, como manter distância entre os eleitores, retardaram o processo de votação, geraram longas filas e uma espera de mais de duas horas para entrar em algumas seções eleitorais.
Quase um ano após a renúncia do ex-presidente socialista Evo Morales em meio a agitação social, cerca de 7,3 milhões de bolivianos voltaram às urnas para eleger presidente, vice-presidente, 130 deputados e 36 senadores.
As eleições foram realizadas no âmbito de uma operação de segurança com o envio de militares e policiais.
Quase um ano após a renúncia do presidente socialista Evo Morales, essa é a primeira vez em duas décadas, que ex-presidente não está na disputa eleitoral, depois de deixar o cargo em 10 de novembro do último ano em meio a uma crise desencadeada por denúncias de fraude em uma eleição em que disputava o quarto mandato, além de perder o apoio dos militares.
Morales pediu que o resultado das eleições deste domingo "seja respeitado por todos".
"É muito importante que todas e todos os bolivianos, além dos partidos políticos, recebam com tranquilidade cada um dos votos, tanto nas cidades como nas áreas rurais, e que o resultado das eleições seja respeitado por todos", ressaltou o ex-presidente socialista em declaração lida diante da imprensa em Buenos Aires.
"A prioridade exclusivamente é a recuperação da democracia. Não caiamos em nenhum tipo de provocação", acrescentou.
Há um ano, o país enfrentou violentos confrontos nas ruas após o primeiro turno das eleições, em 20 de outubro de 2019.
Neste país - que possui 41% de população indígena - desde o amanhecer as pessoas faziam fila, sentadas e cumprindo o distanciamento física, como é o exemplo do município de Huarina, situado às margens do Lago Titikaka, a 70 km de La Paz.
Os candidatos favoritos são o economista Luis Arce, do Movimento ao Socialismo de Morales (MAS), e o ex-presidente centrista Carlos Mesa (2003-2005), da Comunidade Ciudadana, segundo colocado nas eleições de 2019.
Responsável pelo "milagre" econômico de Morales (2006-2019), é muito provável que Arce vá ao segundo turno com Mesa em 29 de novembro.