INTERNACIONAL

Contagem dos votos começa após eleições pacíficas na Bolívia

Os centros eleitorais fecharam neste domingo (17) na Bolívia e começou a contagem de votos, em um dia pacífico para eleger um novo presidente quase um ano após a renúncia do socialista Evo Morales em meio a uma convulsão social

AFP
18/10/2020 às 20:38.
Atualizado em 24/03/2022 às 13:35

Os centros eleitorais fecharam neste domingo (17) na Bolívia e começou a contagem de votos, em um dia pacífico para eleger um novo presidente quase um ano após a renúncia do socialista Evo Morales em meio a uma convulsão social.

Após nove horas de votação, as urnas começaram a fechar às 17h00, hora local (21h00 GMT), embora aquelas com eleitores na fila continuassem abertas.

A divulgação dos resultados deve ser lenta depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu seu sistema de contagem rápida, para garantir a fidelidade dos dados.

O governo interino informou que as eleições ocorreram em clima de tranquilidade, exceto por pequenos incidentes, em um dia em que se temiam tumultos como os ocorridos após a votação cancelada de outubro de 2019.

"Tivemos um dia tranquilo em todo o país até agora", disse o vice-ministro de Segurança Cidadã, Wilson Santamaria, em nota, enquanto ainda há filas extensas de eleitores em algumas seções eleitorais logo após o fechamento das urnas, às 17H00.

Medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus, como manter distância entre os eleitores, retardaram o processo de votação, geraram longas filas e uma espera de mais de duas horas para entrar em algumas seções eleitorais.

Quase um ano após a renúncia do ex-presidente socialista Evo Morales em meio a agitação social, cerca de 7,3 milhões de bolivianos voltaram às urnas para eleger presidente, vice-presidente, 130 deputados e 36 senadores.

As eleições foram realizadas no âmbito de uma operação de segurança com o envio de militares e policiais.

Quase um ano após a renúncia do presidente socialista Evo Morales, essa é a primeira vez em duas décadas, que ex-presidente não está na disputa eleitoral, depois de deixar o cargo em 10 de novembro do último ano em meio a uma crise desencadeada por denúncias de fraude em uma eleição em que disputava o quarto mandato, além de perder o apoio dos militares.

Morales pediu que o resultado das eleições deste domingo "seja respeitado por todos".

"É muito importante que todas e todos os bolivianos, além dos partidos políticos, recebam com tranquilidade cada um dos votos, tanto nas cidades como nas áreas rurais, e que o resultado das eleições seja respeitado por todos", ressaltou o ex-presidente socialista em declaração lida diante da imprensa em Buenos Aires.

"A prioridade exclusivamente é a recuperação da democracia. Não caiamos em nenhum tipo de provocação", acrescentou.

Há um ano, o país enfrentou violentos confrontos nas ruas após o primeiro turno das eleições, em 20 de outubro de 2019.

Neste país - que possui 41% de população indígena - desde o amanhecer as pessoas faziam fila, sentadas e cumprindo o distanciamento física, como é o exemplo do município de Huarina, situado às margens do Lago Titikaka, a 70 km de La Paz.

Os candidatos favoritos são o economista Luis Arce, do Movimento ao Socialismo de Morales (MAS), e o ex-presidente centrista Carlos Mesa (2003-2005), da Comunidade Ciudadana, segundo colocado nas eleições de 2019.

Responsável pelo "milagre" econômico de Morales (2006-2019), é muito provável que Arce vá ao segundo turno com Mesa em 29 de novembro.

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