O Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião de emergência nesta sexta-feira (28) às 16h00 (18h00 de Brasília) sobre os últimos desenvolvimentos na Síria e a morte de 33 soldados turcos em ataques do regime de Damasco, anunciaram diplomatas
O Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião de emergência nesta sexta-feira (28) às 16h00 (18h00 de Brasília) sobre os últimos desenvolvimentos na Síria e a morte de 33 soldados turcos em ataques do regime de Damasco, anunciaram diplomatas.
Na quinta-feira, pelo menos 33 soldados morreram em ataques aéreos atribuídos por Ancara ao regime sírio, na região de Idlib. A Turquia respondeu, matando pelo menos 20 combatentes sírios, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
A reunião do Conselho de Segurança foi solicitada pelos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Bélgica, Estônia e República Dominicana, informou à imprensa o presidente em exercício, o embaixador belga Marc Pecsteen de Buytswerve.
Muitos desses países expressaram publicamente apoio à Turquia.
Londres condenou "a falta de consciência e a brutalidade" do regime sírio e de seu aliado russo no noroeste da Síria, enquanto a França expressou "solidariedade" à Turquia.
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Dan, "condenou as violações reiteradas do regime sírio e da Rússia dos seus compromissos relativos a uma desescalada na província de Idlib e do direito internacional".
Ele reiterou o apelo da França "a um fim da ofensiva militar" na região.
Na quarta-feira, nove países membros do Conselho de Segurança pediram ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, mais esforços em vista da obtenção de um cessar-fogo na região de Idlib.
Durante esta reunião, diplomatas disseram à AFP que a Alemanha, apoiada por vários países, pediu a Antonio Guterres que fosse a Idlib para apoiar a cessação das hostilidades e facilitar o acesso humanitário internacional à zona.
O secretário-geral rejeitou a ideia, segundo as mesmas fontes. Ele teria argumentado que essa visita poderia ser "contraproducente" e alienar suas relações com a Rússia, um país-chave no conflito.
Moscou apoia desde o final de 2019 a ofensiva lançada por Damasco para recuperar o controle de Idlib, a última fortaleza dos jihadistas e rebeldes.
Adepto de uma diplomacia discreta, Antonio Guterres é contra a "política do espetáculo", disseram as mesmas fontes para explicar sua recusa em viajar para a Síria.
Desde o início do conflito sírio em 2011, o Conselho de Segurança mostrou, em diversas ocasiões, sua paralisia nesse assunto, em razão dos interesses conflitantes dos atores internacionais na guerra.
A Rússia recorreu ao seu poder de veto 14 vezes para se opor à adoção de textos destinados a deter as ofensivas militares ou para limitar as intervenções humanitárias sem a aprovação do regime de Damasco.
prh/sdu/mr