Após meses de negociações inconclusivas, a França e a Tunísia pediram nesta terça-feira (30) aos parceiros do Conselho de Segurança da ONU que votassem uma resolução sobre um cessar-fogo para interromper as hostilidades e ajudar a combater a pandemia do novo coronavírus, segundo fontes diplomáticas
Após meses de negociações inconclusivas, a França e a Tunísia pediram nesta terça-feira (30) aos parceiros do Conselho de Segurança da ONU que votassem uma resolução sobre um cessar-fogo para interromper as hostilidades e ajudar a combater a pandemia do novo coronavírus, segundo fontes diplomáticas.
O resultado da votação, que ocorrerá de forma virtual por causa do fechamento da sede da ONU em decorrência da COVID-19, é esperado para ser divulgado na quarta.
Repetidamente bloqueada pela China e pelos Estados Unidos, que se opõem a essa referência no texto à Organização Mundial da Saúde (OMS), a resolução visa apoiar uma iniciativa semelhante a feita em março pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.
O novo texto, obtido pela AFP, não faz referência à OMS, criticada pelos EUA sobre a administração da pandemia.
A resolução "exige uma cessação geral e imediata das hostilidades em todas as situações da sua agenda, e apoia os esforços feitos pelo secretário-geral".
Ela afirma que um cessar-fogo de ao menos 90 dias ajudaria "a permitir a entrega segura, sem obstáculos, da assistência humanitária" durante a pandemia do novo coronavírus.
Caso seja adotada, a resolução seria a primeira declaração do Conselho de Segurança sobre a pandemia, e sua primeira ação real desde o início da crise na saúde.
Há uma ampla crítica à paralisia do conselho por mais de três meses, inclusive por alguns dos seus membros, que descreveram sua "vergonha" por sua falta de ação.
Durante as negociações, os Estados Unidos e a China, os dois maiores contribuintes financeiros da ONU, ameaçaram vetar resoluções.
Não está claro se uma convocação do Conselho de Segurança para o cessar fogo teria algum impacto.
Na última quinta, Guterres elogiou o fato de seu pedido de cessar-fogo ter sido apoiado por quase 180 países e mais de 20 grupos armados, embora tenha reconhecido que não tenham ocorrido ações concretas.
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