O Conselho de Segurança das Nações Unidas concordou em pôr fim à longa missão de manutenção de paz da ONU e da União Africana em Darfur, quando ela expirar, em 31 de dezembro próximo
O Conselho de Segurança das Nações Unidas concordou em pôr fim à longa missão de manutenção de paz da ONU e da União Africana em Darfur, quando ela expirar, em 31 de dezembro próximo.
Com isso, o Conselho transfere a responsabilidade de manter a paz e a segurança nesta região devastada para o governo de transição do Sudão.
A conclusão da missão - implantada em 2007 e que chegou a ter 16 mil soldados - foi solicitada pelo governo do Sudão e recomendada pela União Africana e pela ONU.
No início deste mês, muitos moradores protestaram contra o fechamento, diante da sede da missão no extenso acampamento de Kalma, em Nyala, capital do estado de Darfur do Sul.
Darfur foi palco de um conflito que eclodiu em 2003 entre rebeldes de minorias africanas que denunciavam a marginalização e forças apoiadas pelo governo do agora destituído presidente Omar al-Bashir.
A ONU estima que os combates tenham deixado 300.000 mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados.
Em outubro, o governo de transição do Sudão assinou um acordo de paz com uma coalizão de grupos rebeldes e políticos, incluindo os de Darfur. Apenas dois grupos se recusaram a assinar o pacto.
O governo de transição do Sudão concordou em que Bashir deveria enfrentar o Tribunal Penal Internacional por acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Darfur.
Bashir, que foi afastado do cargo em abril de 2019, está detido em um presídio de segurança máxima em Cartum.
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