O Conselho de Segurança da ONU "condena firmemente a violência contra manifestantes pacíficos" em Mianmar em uma declaração aceita por unanimidade nesta quarta-feira (10), segundo diplomatas
O Conselho de Segurança da ONU "condena firmemente a violência contra manifestantes pacíficos" em Mianmar em uma declaração aceita por unanimidade nesta quarta-feira (10), segundo diplomatas.
O comunicado critica os militares de uma forma sem precedentes e exorta as partes a "buscarem uma solução pacífica" para a crise causada pelo golpe de 1º de fevereiro contra o governo da presidente Aung San Suu Kyi.
Sem usar termos como "golpe" ou mencionar possíveis sanções internacionais, como indicavam as primeiras versões, o texto é enérgico com os militares.
O Conselho de Segurança "se declara profundamente preocupado com as restrições impostas ao pessoal médico, sociedade civil, sindicalistas, jornalistas e profissionais da mídia e pede a libertação imediata de todos os detidos arbitrariamente", observa o pronunciamento elaborado pelo Reino Unido.
"O Conselho pede aos militares a maior contenção e ressalta que acompanha de perto a situação", diz o texto, que não inclui denúncias de violações de direitos humanos que apareciam em versões anteriores.
A declaração também exige que a emissária da ONU para Mianmar, Christine Schraner, viaje para lá "o mais rápido possível". Apesar dos repetidos pedidos, a junta militar com a qual a emissária mantém contato, segundo a ONU, chegou a negar a ela a possibilidade de retornar ao país.
Para ser endossada, qualquer declaração do Conselho deve ter a unanimidade de seus 15 membros.
A negociação que terá início na sexta-feira parece mais árdua do que a do texto aprovado em 4 de fevereiro, que se limitou a expressar a "profunda preocupação" do Conselho com o golpe.
A China, principal apoiador de Mianmar e que no passado bloqueou os pronunciamentos da ONU sobre a crise da comunidade muçulmana rohingya, tem sido a principal fonte de dificuldades, disseram diplomatas à AFP - sob a condição de não serem identificados.
Nos últimos dias, Pequim, com o apoio de Moscou, interrompeu o processo de adoção da declaração e pediu mais tempo para se manifestar, disseram as fontes.
Índia e Vietnã, membros não permanentes do conselho, também bloquearam a aprovação nos últimos dias e propuseram emendas ao texto proposto por Londres, disseram informantes.
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