O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta terça-feira, por unanimidade, uma resolução dos Estados Unidos que apoia o acordo entre Washington e os talibãs afegãos, algo incomum entre um país estrangeiro e um grupo rebelde
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta terça-feira, por unanimidade, uma resolução dos Estados Unidos que apoia o acordo entre Washington e os talibãs afegãos, algo incomum entre um país estrangeiro e um grupo rebelde.
O acordo fechado em 29 de fevereiro prevê a retirada das tropas americanas do Afeganistão. Em troca, os talibãs se comprometeram a proibir atos de terrorismo e a participar das negociações com o governo em Cabul.
Na resolução, o Conselho de Segurança exorta "o governo da República Islâmica do Afeganistão a avançar no processo de paz, inclusive participando das negociações através de uma equipe de negociação diversa e inclusiva, integrada por líderes afegãos da sociedade política e civil, incluindo mulheres".
A decisão do Conselho incomodou alguns diplomatas por tratar-se de um acordo com dois anexos secretos relacionados ao antiterrorismo, aos quais seus membros não tiveram acesso.
Segundo vozes dissidentes, isto poderá estabelecer um precedente para outros países e colocar em risco a credibilidade do Conselho caso os talibãs não respeitem o acordo.
Os Estados Unidos buscam ansiosamente acabar com seu conflito bélico mais prolongado e, segundo os termos do acordo firmado em Doha, todas as forças estrangeiras abandonarão o Afeganistão no prazo de 14 meses, desde que os talibãs cumpram seus compromissos.
A resolução da ONU chega em meio a uma crise política no Afeganistão, após a posse de dois presidentes: o atual mandatário, Ashraf Ghani, e seu adversário e ex-presidente Abdullah Abdullah.
Os dois afirmam ter vencido as eleições do ano passado.
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