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Como ficou a autonomia dos curdos da Síria?

Durante a guerra na Síria, que começou há uma década, a minoria curda se tornou aliada do Ocidente na luta contra os jihadistas, ao mesmo tempo em que criava uma administração autônoma para controlar regiões do nordeste do país

AFP
09/03/2021 às 07:44.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:03

Durante a guerra na Síria, que começou há uma década, a minoria curda se tornou aliada do Ocidente na luta contra os jihadistas, ao mesmo tempo em que criava uma administração autônoma para controlar regiões do nordeste do país.

Nesta Síria fragmentada, o que o futuro reserva para esta comunidade, marginalizada no passado, mas decidida a defender suas conquistas?

Durante décadas, os curdos denunciaram discriminações do governo central de Damasco. A guerra, iniciada em 2011, obrigou o regime a se concentrar nos rebeldes armados, o que permitiu à minoria se emancipar.

Depois da retirada do exército sírio de seus territórios, os curdos instauraram em 2013 uma "administração autônoma", com uma polícia, uma força militar e escolas onde sua língua é ensinada.

"Antes de 2011, não havia nada que nos desse esperanças. Os curdos estavam totalmente oprimidos. Não tínhamos sequer documentos de identidade", lembra Aldar Jalil, um dos artífices deste projeto de autonomia.

Os curdos controlaram primeiro as regiões desta comunidade e, à medida que as forças curdas progrediam frente ao grupo Estado Islâmico (EI), se expandiram para outras regiões onde vive uma população predominantemente árabe.

Em janeiro de 2015, a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG) expulsou o EI da cidade de Kobane, na fronteira com a Turquia.

Com apoio do Ocidente, as YPG assumiram o comando das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão que engloba combatentes árabes e que foi derrotando os jihadistas.

Atualmente, as FDS ainda controlam os principais campos de petróleo no leste.

Quase dois anos depois de terem proclamado, em março de 2019, a queda do "califado" do EI, estas forças mantêm em suas prisões milhares de combatentes da organização ultrarradical.

As famílias (mulheres e filhos) destes jihadistas também estão reclusas em acampamentos em condições miseráveis. Neles estão milhares de estrangeiros considerados indesejáveis em seus países e que os curdos querem que sejam repatriados.

Os curdos apostam há tempos em sua aliança com Washington e na presença de milhares de soldados americanos para protegê-los das ameaças da Turquia, sua vizinha, ou em sua relação com o regime.

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