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Começou o julgamento do ex-presidente sudanês Omar al-Bashir

O julgamento do ex-presidente sudanês Omar al-Bashir e de 27 outras pessoas acusadas de terem participado do golpe de Estado de 1989 começou, nesta terça-feira (21), em Cartum

AFP
21/07/2020 às 11:38.
Atualizado em 25/03/2022 às 18:58

O julgamento do ex-presidente sudanês Omar al-Bashir e de 27 outras pessoas acusadas de terem participado do golpe de Estado de 1989 começou, nesta terça-feira (21), em Cartum.

A primeira audiência durou apenas uma hora, porque o tribunal não podia acomodar os 191 advogados de defesa.

O tribunal especial, composto por três juízes, marcou a próxima audiência para 11 de agosto.

O ex-ditador de 76 anos e 27 outros acusados enfrentam a pena de morte por terem derrubado o governo democraticamente eleito do primeiro-ministro Sadek Al Mahdi há 31 anos.

Entre os réus estão os ex-vice-presidentes Ali Osman Taha e o general Bakri Hasan Saleh.

"O tribunal não é grande o suficiente para acomodar todos os advogados de defesa, que somam 191", disse o presidente do tribunal especial, que decidiu adiar a sessão até 11 de agosto para "permitir a recepção de todos".

"Este tribunal escutará cada um deles e vamos dar a cada um dos 28 acusados a possibilidade de se defender", acrescentou no início da sessão.

Três juízes conduzirão o processo, sem precedentes no mundo árabe, uma vez que nenhum autor bem-sucedido de um golpe de Estado foi julgado na história recente.

O líder líbio Muammar Khaddafi, que derrubou a monarquia em 1969, foi assassinado em agosto de 2011, enquanto Saddam Hussein e o autocrata egípcio Hosni Moubarak foram julgados por outros motivos.

Quanto ao presidente tunisino Zine el-Abidine Ben Ali, ele fugiu em 2011 para a Arábia Saudita.

Medidas excepcionais de segurança foram tomadas para evitar incidentes.

As famílias dos acusados gritaram "Deus é grande!" quando os furgões com os acusados passaram.

Omar al-Bashir, de calça e camisa bege, usava máscara e luvas e escondeu o rosto dos fotógrafos. Ele não fez nenhuma declaração.

O grande ausente do julgamento é o islamita Hassan Turabi, que morreu em 2016 e que foi mentor de Bashir.

O coronel Bashir, que mais tarde se tornou general, assumiu o poder na manhã de 30 de junho de 1989, mantendo-se no governo por 30 anos.

Agora, seu julgamento coincide com as reformas institucionais e econômicas que estão sendo realizadas pelo governo de transição.

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