Começa a corrida pela presidência da Câmara

As articulações para a eleição da nova mesa-diretora da Câmara Municipal, que deve acontecer no dia 15 de dezembro, estão em fase embrionária. Alguns nomes já estão colocados, como o de Acássio Godoy (PP), atual vice-presidente, Josef Borges (Soledariedade) e Wagnão (Cidadania). Gilmar Rotta (PL), atual presidente da casa, não pode concorrer devido ao fato de a lei não permitir recondução em um mesmo mandato de governo.

Observadores do cenário ouvidos pela Gazeta destacam o estágio inicial do processo, mas têm observado gestos ousados, de contagens de potenciais votos em defesa deste ou daquele nome. "Tudo não passa de exercício para tentar cacifar nomes", apontou um deles. "Há muita coisa para acontecer, uma vez que temos adiante quase 30 dias, tempo suficiente para mudar completamente qualquer cenário desenhado hoje".

Outro analista recuperou uma frase pronunciada pela ex-secretária e vereadora Rosângela Camolese. "Na eleição da mesa existe o risco do candidato ir dormir Papa e acordar coroinha". Segundo ele, desde o final das eleições os bastidores estão se movimentando, mas de forma lenta e acanhada.

Em uma leitura superficial, Josef seria o candidato do governo municipal, uma vez que tem a função de líder do governo na Câmara. Outro integrante da base da atual gestão é Wagnão. Ambos, no entanto, podem convergir num futuro próximo, sendo aquele com maior potencial encabeçando a disputa para a presidência e outro, a vice-presidência, por exemplo.

"Acassio seria uma terceira via nesse processo", a depender do fortalecimento do seu nome. "Mas tudo pode acontecer, insiste o primeiro observador citado acima. "Inclusive eles podem se unir e compor uma chapa única, saindo todos fortalecidos, com mais poder de articulação com o governo local e também com os recém-deputados estaduais eleitos. Seria um ganho para todos, para o próprio Legislativo, para o governo municipal e para a sociedade".

Esta análise se completa com a observação de que de nada adiantaria ter um nome bem votado, porém sem potencial de projeção no contexto político da cidade e do Estado. "É preciso haver esse amadurecimento".

Em nota à Gazeta, Josef Borges confirmou seu nome na disputa e disse que "tem como proposta manter a responsabilidade com os recursos públicos e a transparência da Câmara, atuar institucionalmente para valorizar o trabalho dos vereadores e servidores, aproximar a Câmara da sociedade e ampliar o diálogo com todas as classes sociais, as instituições e o Executivo Municipal".

Acácio Godoy também retornou ao questionamento da Gazeta e disse que seu nome está posto como uma alternativa à sucessão da Mesa. "Isto como um processo natural em consequência destes dois anos acompanhando de perto, como vice-presidente, a atuação do presidente Gilmar Rotta".

Segundo ele, a proposta é de continuar uma gestão de austeridade financeira capaz de construir uma base para uma nova fase da Câmara. "Esta nova fase, eu acredito, com foco na inovação e tecnologia, na reestruturação das condições do exercício do mandato parlamentar, no esforço contínuo para ampliação da participação popular e na relação harmônica, mas com necessidade de maior compreensão do papel do Legislativo pelo Executivo".

E completou: "Neste sentido, é que me coloquei à disposição e tenho conversado com vereadores de todas as tendências políticas a fim de compartilhar destas ideias e para convidá-los a somar com suas demandas e expectativas".

Wagnão também foi convidado a se manifestar, mas retornou contato até o fechamento desta edição.