INTERNACIONAL

Com mais de um milhão de infectados, coronavírus confina metade da humanidade

O novo coronavírus atinge, nesta quinta-feira, mais de um milhão de pessoas, forçando o confinamento de metade da humanidade e colocando o sistema econômico internacional à prova

AFP
02/04/2020 às 20:29.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:44

O novo coronavírus atinge, nesta quinta-feira, mais de um milhão de pessoas, forçando o confinamento de metade da humanidade e colocando o sistema econômico internacional à prova.

Esse vírus, que surgiu oficialmente em dezembro na cidade chinesa de Wuhan, até agora matou mais de 50.000 pessoas, colapsou sistemas de saúde dos países mais desenvolvidos do planeta e paralisou aeroportos, fábricas e lojas, sem que seja vislumbrado até agora um fim para a crise.

As restrições, imprescindíveis para salvar vidas, ameaçam os mais vulneráveis, seu acesso à comida e os cuidados básicos, adverte a ONU.

Os Estados Unidos, que temem cair em uma depressão econômica como a que sofreu há quase 100 anos, viram a demanda por seguro-desemprego aumentar em até 6,6 milhões na semana passada. Esse número se soma ao de 3,3 milhões de pedidos registrados na semana passada.

Na Espanha, que já superou os 10.000 mortos, o desemprego aumentou, com mais 300.000 pessoas sem trabalho em março, um número histórico.

A principal agência de resposta a desastres dos Estados Unidos pediu ao Pentágono 100.000 sacos para corpos e, na França, a polícia utilizou um armazém no mercado de alimentos no centro de Paris para depositar os caixões dos mortos, devido à falta de espaço.

No cemitério de São Paulo, os enterros já são "expressos" e os velórios sem abraços, embora o Brasil ainda não seja um país assolado pela "tsunami" do COVID-19, a pior crise planetária desde a Segunda Guerra Mundial, nas palavras do secretário-geral da ONU.

"Aqui enterramos cerca de 45 pessoas por dia, mas na semana passada são 12 a 15 a mais. É muito pior do que vemos nas notícias, isso é sério", disse à AFP um coveiro no cemitério, sob condição de anonimato.

De acordo com a contagem da AFP, com base em dados oficiais, pelo menos 1.000.036 pessoas testaram positivo para COVID-19 na quinta-feira. Desse total, 51.718 terminaram em óbitos em 188 países e territórios.

O Malawi ingressou no clube dos países afetados nesta quinta-feira. A Coreia do Norte insistiu novamente que não detectou nenhum caso, apesar de compartilhar uma fronteira com a China e a Coreia do Sul.

Mais de 3,9 bilhões de pessoas, metade da população mundial, já foram recomendadas ou forçadas a ficar em casa para combater a propagação do vírus. A Europa tem mais da metade das pessoas infectadas em todo o mundo.

A Itália lidera a lista de mortes, com quase 14.000, seguida pela Espanha, que passou dos 10.000, por Estados Unidos, com mais de 5.600, da França, com mais de 5.300 e da China continental, com mais de 3.300.

A França revelou nesta quinta-feira que pelo menos 884 idosos morreram em casas de repouso, em uma contagem parcial.

Não existe vacina para o coronavírus no momento, e só é possível limitar-se, manter distância de outras pessoas e comprometer-se com medidas de higiene mínima, muitas difíceis de serem cumpridas em grande parte do planeta.

O coronavírus também testa a solidariedade entre países. Os líderes regionais franceses acusaram os EUA de terem comprado, em dinheiro, máscaras que estavam prestes a ser transportadas em um aeroporto chinês para o país europeu. Washington descartou as alegações como "completamente falsas".

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