Um colono israelense foi condenado nesta segunda-feira (18) por um tribunal de seu país pelo assassinato de um bebê palestino e seus pais, em um incêndio criminoso em sua casa na Cisjordânia em 2015
Um colono israelense foi condenado nesta segunda-feira (18) por um tribunal de seu país pelo assassinato de um bebê palestino e seus pais, em um incêndio criminoso em sua casa na Cisjordânia em 2015.
O tribunal de Lod (centro) também considerou Amiram Ben-Uliel culpado de tentativa de assassinato, incêndio criminoso e conspiração para cometer um crime racista.
Em julho de 2015, Ali Dawabcheh, um bebê de 18 meses, morreu queimado enquanto dormia e seus pais, Saad e Riham, faleceram algumas semanas depois em decorrência das queimaduras depois que dispositivos incendiários foram lançados na casa da família em Duma, entre Nablus e Ramallah, na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.
Somente o irmão de Ali, Ahmed, de quatro anos de idade na época, sobreviveu à tragédia.
A sentença à qual Amiram Ben-Uliel foi condenado ainda não foi divulgada.
A organização israelense Honenu, que presta assistência jurídica à defesa dos condenados, indicou que apelaria da decisão na Suprema Corte.
O condenado não quis testemunhar no julgamento e foi condenado com base em sua confissão dos fatos durante um interrogatório no momento de sua prisão.
Seu advogado, Asher Ohayon, criticou nesta segunda na rádio Kan o uso das confissões que, segundo ele, foram obtidas sob "tortura contínua por três semanas" do Shin Bet, o serviço israelense de segurança interna.
"Continua sendo um ato de justiça incompleto, porque temos certeza de que o incêndio não foi causado por uma única pessoa", lamentou Nasser Dawabcheh, tio do bebê, após o anúncio da condenação.
O triplo assassinato despertou forte comoção nos territórios palestinos, bem como no exterior e em Israel.
O Estado hebreu havia sido criticado por organizações de direitos humanos por sua "negligência" em relação a grupos judeus extremistas, enquanto os palestinos acusaram Israel de "apoiar" o extremismo judeu.
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