Apresentação acontece a partir das 18h no Benjamin Rock Bar; leia entrevista exclusiva da banda à Gazeta
Após sucesso de shows em capitais, banda que encabeça a cena 'emo caipira' toca no domingo (15) no Benjamin Rock Bar (Divulgação)
Chococorn and the Sugarcanes, banda do selo e produtora +um Hits (@maisumhits) que encabeça o movimento apeliado de 'emo caipira', entra na reta final da turnê que divulga o disco de estreia, Siamês, um registro de indie rock (ou emo indie) que traz a doçura e efervescência de adolescentes em busca de respostas e sentimentos que é mudança da escola para a faculdade, a distância de amigos e familiares e se encontrar em novas situações. Piracicaba é a próxima parada, dia 15 de junho, domingo, a partir das 18h, no Benjamin Rock Bar. Adquira seu ingresso clicando aqui.
Dois integrantes da banda, Ale Luz (bateria) e Pietro Sartori (baixo), concederam uma entrevista exclusiva à Gazeta de Piracicaba sobre o novo show na cidade, confira:
Vocês voltam a Piracicaba na reta final da turnê do disco de estreia, Siamês. O que o público pode esperar desse show?
Nós temos um pouco de material novo que estamos ansiosíssimos pra apresentar pra todo mundo, mas a estrela principal são as músicas do Siamês já refinadas por termos tocado-as várias e várias vezes, é um show consagrado.
A Chococorn vem de uma turnê extensa pelo país, muitas datas junto à banda gaúcha Bella e o Olmo da Bruxa. Quais foram os aprendizados mais valiosos deste giro?
Além das trocas musicais, a troca cultural é muito grande e interessante, a parte que mais fascina é encontrar amigos tão bons que são de milhares de quilômetros de distância. Mas também, tem sido valioso acompanhar a maneira em que eles individualmente encaram a música e é gostoso vier com a certeza que estaremos na plateia pulando e dançando no show deles todo fim de semana.
Em Piracicaba, o evento terá show da banda local Chão de Taco, que assim como vocês, já extrapolaram o interior e são nomes com público em capitais e ambas estão inseridas no movimento 'emo caipira'. Gostaria que falasse um pouco deste rótulo e como ele ajuda a pulverizar o trabalho de vocês.
A gente encara o 'emo caipira' como um rótulo que, apesar de ter começado como uma brincadeira, acabou virando um jeito de reconhecer uma cena real, viva e cheia de sentimento. Assim como a Chão de Taco, a gente veio do interior, e ver esse termo ganhando força ajuda a colocar no mapa bandas que têm uma linguagem própria, mas que partem de um contexto parecido, tanto geográfico, quanto de fazer música de maneira mais “artesanal”. A mistura do som emotivo com referências regionais cria uma identidade única, que conversa com o público de forma sincera e acessível. O rótulo ajuda a unir essa galera toda e faz com que mais pessoas descubram o que está sendo feito fora dos grandes centros.
A cidade de Santa Bárbara d'Oeste (SP) foi o ponto de partida para a criação da Chococorn and the Sugarcanes. (Divulgação)
Como lidar com um público tão engajado? O jornalista Lúcio Ribeiro falou que os fãs de vocês são tipo “fãs torcedores”. Vocês também sentem isso? Tipo um time mesmo?
Acho que a gente gosta de encarar a divisão entre público e artista da maneira mais tênue que pode ser, não é só a "Chococorn" que está produzindo arte e retornando, mas a banda e a comunidade juntas, a "Chococorn and the Sugarcanes" por completo. Acredito que o pessoal gosta dessa proximidade e também procura curtir o tanto que a gente curte todos os processos, seja lançar músicas, lançar clipe, fazer show ou até abrir uma live no instagram.
A essência “019” está presente tanto nas letras quanto na sonoridade da banda. Como o interior paulista moldou vocês como músicos e pessoas?
O interior paulista moldou muito quem somos, tanto como músicos quanto como pessoas. Embora falte apoio das secretarias de cultura, sentimos um acolhimento enorme do público jovem e de cenas anteriores que inspiram a gente. Estar longe dos grandes centros cria uma conexão forte entre as bandas e o público, um sentimento de união que faz tudo valer a pena.
Falando novamente do Siamês, que recém completou 1 ano, o disco ganhou nova versão em CD com nova mixagem, feita pelo músico e produtor Capilé, um cara experiente do rock alternativo. Como foi trabalhar com alguém com o currículo do Capilé o que ele trouxe de novo na produção do Siamês?
O Capilé ajudou a destacar detalhes que a gente considera muito preciosos na produção do Siamês. Mesmo sendo um álbum que registra um momento específico, como ele completou um ano, sentimos que era uma boa oportunidade de revisitá-lo, ainda mais junto com o lançamento do CD físico à venda nos nossos shows.
Tem uma música nova que andam tocando, a Vida de Messi. Vocês são fãs do argentino e de futebol ou é alguma metáfora?
É principalmente uma metáfora, e acho que a parte legal é que cada um tem o seu "Messi" na vida e interpreta do seu jeito, mas existe uma admiração pelo "La Pulga" sim com certeza, futebol tem sido uma temática recorrente nas nossas conversas.
O próximo disco já está no horizonte. O que podem adiantar sobre ele?
Esse disco acompanha nosso atual momento na vida, especialmente a experiência universitária, que também é algo vivido por boa parte do nosso público. Musicalmente, estamos explorando novas sonoridades além do emo do primeiro álbum, mas de um jeito que ainda soa familiar e confortável pra quem já acompanha nosso trabalho.
A Chococorn faz parte do cast da produtora e selo +Um Hits, de Americana. Como funciona essa parceria e quais são os ganhos em correr junto a eles?
O selo MaisUm Hits tem uma proposta muito alinhada com a nossa: valorizar o interior e a cultura local. Eles cuidam de toda a parte burocrática e, acima de tudo, acreditam de verdade no nosso trabalho. Essa parceria não só possibilita nosso caminho, como também potencializa nosso alcance, ajudando a levar nossa música para mais pessoas e fortalecendo ainda mais a cena do interior.
Saiba mais sobre a banda, clique aqui.
Entenda o emo
A ascensão do estilo emo na cena musical brasileira tem permitido que bandas como o Chococorn and The Sugarcanes ganhe mais espaço entre o público nacional.
Ale se aprofunda no conceito de “emo caipira”, segmento que tem ganhado força nos últimos anos na cena do rock nacional, principalmente no interior paulista, onde a banda foi formada.
“Para quem não conhece, o ‘emo caipira’ inicialmente instiga. Pois, quando ouvem e prestam atenção nas músicas e na apresentação, o público acaba entendendo que esse ‘mote’ todo é sobre pertencimento e acolhimento. O movimento começou a crescer muito nos últimos anos, pois é uma porta aberta para quem quer se sentir incluído no meio alternativo, mesmo sendo de fora das capitais, cujas bandas sempre receberam mais atenção. Com o advento da internet e das redes sociais, é muito fácil as pessoas descobrirem e serem bem recebidos pela nossa comunidade emo caipira, que cresce mais a cada dia”.
O baterista da Chococorn and the Sugarcanes também comenta a experiência de tocar fora dos eixos das capitais. “São lugares que, mesmo com menos público que em comparação às grandes cidades, ainda carregam muito sentimento. O pessoal reconhece o nosso carinho e a essência que criamos por tocar no interior de São Paulo, que é um ambiente que sempre carregou as temáticas das nossas músicas e vidas”.