INTERNACIONAL

China-UE, um acordo sobre investimentos negociado durante sete anos

China e União Europeia (UE) parecem próximas de alcançar um compromisso para um acordo de proteção recíproca de investimentos, que coroaria sete anos de negociações entre as duas potências econômicas

AFP
29/12/2020 às 07:08.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:21

China e União Europeia (UE) parecem próximas de alcançar um compromisso para um acordo de proteção recíproca de investimentos, que coroaria sete anos de negociações entre as duas potências econômicas.

Não se trata de um acordo de livre intercâmbio sobre transações comerciais, e sim de um texto que busca garantir as condições de atividade dos empresários quando investem na UE e na China.

As discussões começaram em novembro de 2013 durante uma visita a Pequim de Hermann Van Rompuy, na época o presidente do Conselho Europeu, para uma reunião de cúpula com o primeiro-ministro chinês Li Keqiang. Desde então aconteceram 35 sessões de negociações, 10 delas em 2020.

Os valores em jogo são consideráveis: o volume de investimentos dos europeus (sem considerar o Reino Unido) na China é de quase 150 bilhões de euros (183 bilhões de dólares) e o dos chineses na UE alcança 113 bilhões de euros (US$ 138 bilhões).

Nos últimos 10 anos, os europeus investiram mais de 7 bilhões de euros em média por ano na China. Pequim investiu a média anual de EUR 5,6 bilhões na UE.

Há alguns anos a União Europeia é a maior parceira comercial da China, que por sua vez se tornou no terceiro trimestre deste ano o principal sócio da UE, à frente dos Estados Unidos.

Os europeus querem que suas empresas sejam tratadas da mesma maneira na China que as empresas do país asiático na UE.

O texto deve garantir o respeito da propriedade intelectual das empresas europeias, proibir as transferências obrigatórias de tecnologia e impor regras de transparência para os subsídios concedidos às companhias públicas chinesas.

Bruxelas também deseja que a China ratifique o conjunto de oito convenções "fundamentais" da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Até o momento o país assinou apenas quatro delas e ainda precisa aprovar os textos sobre a proibição do trabalho forçado e a garantia das liberdades sindicais.

A China sofre com as proteções aplicadas pelos europeus para seus setores "estratégicos". A líder mundial dos smartphones, Huawei, foi excluída do mercado de equipamentos para a rede 5G em muitos países da UE. Pequim reclama garantias de acesso aos mercados públicos na UE e a setores como telecomunicações e infraestruturas de energia.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por