INTERNACIONAL

China responde ameaças de Trump sobre 'repressão' em Hong Kong

A China ameaçou nesta quarta-feira (15) adotar represálias contra os Estados Unidos, depois que o presidente americano, Donald Trump, promulgou uma lei que prevê sanções ante a "repressão" de Pequim em Hong Kong

AFP
15/07/2020 às 07:27.
Atualizado em 25/03/2022 às 23:00

A China ameaçou nesta quarta-feira (15) adotar represálias contra os Estados Unidos, depois que o presidente americano, Donald Trump, promulgou uma lei que prevê sanções ante a "repressão" de Pequim em Hong Kong.

O governo chinês adotou em junho uma dura lei de segurança nacional no território semiautônomo que provoca o temor de retrocesso das liberdades na ex-colônia britânica, um texto criticado por muitos países ocidentais.

Neste sentido, Trump aumentou a pressão na terça-feira e anunciou o fim do tratamento econômico preferencial que Washington concedia até o momento a Hong Kong, um importante centro financeiro internacional.

O presidente americano também promulgou uma lei que prevê sanções contra autoridades de Hong Kong e da China.

"Hoje assinei a legislação e ordem executiva para que a China seja responsabilizada por suas ações opressivas contra o povo de Hong Kong", afirmou Trump, em uma coletiva de imprensa.

O decreto acaba com o tratamento comercial preferencial em vigor até agora.

"Agora Hong Kong será tratado de maneira igual à China continental", disse Trump, o que significa que o território perderá o tratamento econômico especial e o acesso às exportações de tecnologia considerada sensível.

Também disse que não tem a intenção de participar de uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, para reduzir as tensões.

O presidente americano afirmou que muitos cidadãos de Hong Kong devem abandonar o território, de 7,5 milhões de habitantes. "A liberdade lhes foi tirada, seus direitos lhes foram tirados", disse.

Pequim considera a lei "uma interferência flagrante nos assuntos de Hong Kong e nos assuntos internos da China", afirma um comunicado divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério chinês das Relações Exteriores.

"Para proteger seus interesses legítimos, a China aportará a resposta necessária e imporá sanções a pessoas e entidades americanas pertinentes", afirma a nota.

A lei sobre a autonomia de Hong Kong, aprovada por unanimidade no início de julho no Congresso americano, tem como alvo não apenas as autoridades chinesas, mas também a polícia de Hong Kong.

O texto impõe sanções aos que atuam para restringir as liberdades. Além disso, penaliza os bancos que financiarem atividades que prejudiquem a autonomia do território.

"A China seguirá firme em sua determinação e sua vontade de proteger sua soberania", repetiu Pequim, que não tem qualquer intenção de revogar a lei sobre segurança nacional.

Os críticos afirmam que a lei representa um retrocesso inédito desde 1997, quando o Reino Unido devolveu à China a soberania de Hong Kong.

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