A China tem como meta um crescimento de 6% este ano, enquanto sua economia continua a se recuperar do impacto da pandemia de coronavírus em 2020, anunciou nesta sexta-feira (5) seu primeiro-ministro ao Parlamento, que deve aumentar a pressão sobre Hong Kong
A China tem como meta um crescimento de 6% este ano, enquanto sua economia continua a se recuperar do impacto da pandemia de coronavírus em 2020, anunciou nesta sexta-feira (5) seu primeiro-ministro ao Parlamento, que deve aumentar a pressão sobre Hong Kong.
Primeiro país afetado pelo coronavírus que paralisou sua economia, a China preferiu em 2020 não estabelecer uma meta de crescimento anual, decisão rara na história do gigante asiático.
Este ano, "a China continuará enfrentando muitos riscos e desafios para o desenvolvimento", alertou o primeiro-ministro Li Keqiang na abertura da sessão plenária anual do Parlamento.
"Mas os fundamentos econômicos que apoiarão o crescimento de longo prazo permanecem inalterados", disse ele a cerca de 3.000 deputados.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera um crescimento de 8,1% para a segunda maior economia do mundo, um número que é matematicamente inflado após um ano de 2020 sombrio.
Em plena recuperação, uma meta de crescimento da China abaixo de 8% pode decepcionar os investidores e "criar volatilidade" nos mercados, alertou o analista Ken Cheung, do Mizuho Bank.
Mas uma meta muito "ambiciosa" teria "efeitos terríveis", com as autoridades chinesas tentadas a fazer "investimentos excessivos", sinônimo de dívida, para "inflar o PIB", frisou.
Após medidas de confinamento sem precedentes, a China registrou uma contração histórica no primeiro trimestre de 2020 (-6,8%). A progressiva melhora da situação da saúde na primavera permitiu uma retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Em contraste com a maioria dos outros países que entraram em recessão, a China finalmente registrou um crescimento de + 2,3% no ano passado, embora tenha sido o menor valor desde 1976.
O governo chinês pretende que o país se torne "uma economia de alta renda" até 2025, desenvolvendo ainda mais a indústria de maior valor agregado, como novas tecnologias, ressaltou à AFP o analista Rajiv Biswas, do centro IHS Markit.
Esta estratégia deve permitir ao país "manter-se competitivo, apesar do aumento dos custos salariais do setor manufatureiro", acrescentou.
O governo chinês espera criar cerca de 11 milhões de empregos este ano e almeja uma taxa de desemprego de 5,5%, ante 5,6% no ano passado.
Mas esses números apresentam um quadro incompleto da situação econômica, uma vez que o desemprego é calculado apenas nas áreas urbanas, sem levar em conta os quase 300 milhões de trabalhadores migrantes de origem rural, enfraquecidos pela crise.