A China enfrenta desafios econômicos "imensos" em decorrência da pandemia de coronavírus - alertou nesta sexta-feira (22) o primeiro-ministro Li Keqiang ao abrir a sessão legislativa anual, que também vai procurar fortalecer o controle de Pequim sobre Hong Kong
A China enfrenta desafios econômicos "imensos" em decorrência da pandemia de coronavírus - alertou nesta sexta-feira (22) o primeiro-ministro Li Keqiang ao abrir a sessão legislativa anual, que também vai procurar fortalecer o controle de Pequim sobre Hong Kong.
"Alcançamos importantes conquistas estratégicas em nossa resposta à COVID-19", disse Li aos 3.000 delegados que usavam máscaras no Grande Salão do Povo, em Pequim.
"A epidemia ainda não chegou ao fim, e as tarefas que enfrentamos na promoção do desenvolvimento são imensas", disse ele, acrescentando que o governo chinês deve "redobrar" seus esforços "para minimizar as perdas resultantes do vírus".
O primeiro-ministro destacou a "grande incerteza" à frente e anunciou a rara decisão de se abster de comunicar uma meta de crescimento para 2020.
Li se limitou a dizer que Pequim "dará prioridade à estabilização do emprego e à garantia dos padrões de vida".
A China ainda se recupera da COVID-19, que apareceu pela primeira vez na cidade de Wuhan no final do ano passado e se espalhou por todo mundo, provocando acusações de que Pequim não administrou de forma adequada sua resposta inicial, em um cenário de quase 330.000 mortes e de paralisia econômica global.
A pandemia também provocou um aumento das tensões entre Washington e Pequim, a tal ponto que o presidente americano, Donald Trump, disse esta semana que Pequim era responsável por um "massacre mundial".
O discurso de Li foi acompanhado de perto por pistas sobre as prioridades políticas, econômicas e sociais do partido comunista, especialmente em relação ao território semiautônomo de Hong Kong.
A China também anunciou uma ligeira desaceleração nos gastos militares até 2020, que aumenta 6,6% e permanece atrás dos Estados Unidos.
A sessão anual do Parlamento foi marcada este ano por medidas estritas contra o coronavírus, como a obrigação de usar máscara.
Para evitar o contágio entre a elite política, os delegados provinciais tiveram de ficar em quarentena por vários dias. Alguns tiveram de realizar testes quando chegaram a Pequim.
"Cada um come em uma mesa separada dos demais", segundo o jornal em inglês "Global Times".
O presidente do Parlamento, Zhang Yesui, disse na noite de quinta-feira que a Câmara consideraria uma proposta de legislação de segurança em Hong Kong, que foi imediatamente denunciada pelos Estados Unidos e por figuras políticas do centro financeiro, que a classificaram de sentença de morte para as liberdades únicas do território.
Os detalhes da proposta ainda são desconhecidos, mas a China deixou claro que quer que o projeto de lei seja aprovado o mais rápido possível. Hong Kong viveu sete meses de protestos pró-democracia em massa e às vezes violentos no ano passado.
Em seu discurso, Li disse que o governo "vai estabelecer e melhorar os sistemas e mecanismos legais para salvaguardar a segurança nacional" em Hong Kong.