O chefe de gabinete argentino, Santiago Cafiero, assegurou nesta quarta-feira (8) em entrevista à televisão que o Chile recebeu um total de 30.000 vacinas da Pfizer/BioNTech contra a covid-19, mas esses dados não condizem com as estatísticas oficiais e foram desmentidos por um funcionário chileno.
"As vacinas da Pfizer na região praticamente não chegaram, chegaram as amostras", afirmou o chefe de gabinete em entrevista ao canal argentino TN.
Cafiero garantiu: "30.000 vacinas chegaram ao Chile e por isso o Chile teve que comprar urgentemente da China, da Sinovac, porque senão não tinha vacinas, a Pfizer não estava cumprindo os contratos".
Logo após a transmissão, Rodrigo Yáñez, subsecretário chileno de Relações Econômicas Internacionais, à frente das negociações de vacinas anticovid no país, afirmou no Twitter que, em 8 de abril, as doses de Pfizer/BioNTech recebidas pelo Chile são 1.886.625, após a chegada de outras 234.000 doses.
Além disso, segundo dados oficiais, 1.226.219 doses da vacina já foram aplicadas até esta quinta-feira. O número total de doses recebidas pelo Chile é de 13.858.101, somando 11.971.476 da Sinovac.
As autoridades sanitárias chilenas também aprovaram a vacina elaborada pela Oxford/Astrazeneca e mais recentemente a da CanSino Biologics, de origem chinesa, mas estas ainda não chegaram ao país.
Até esta quinta-feira, o Chile vacinou 7,1 milhões de pessoas com pelo menos uma dose e 4,1 milhões com as duas doses, o que representa 27,6% da população-alvo da campanha (15,2 milhões de um total de 19 milhões de habitantes do país).
Embora a Argentina tenha participado com voluntários da fase 3 do estudo clínico da vacina Pfizer/BioNTech, o governo não chegou a um acordo com a empresa farmacêutica.
O governo argentino critica as condições exigidas pela gigante farmacêutica e denuncia "intolerância" por parte da empresa.
"A Pfizer tem processos judiciais em todo o mundo porque não cumpriu (os contratos). Tenho a certeza que a Pfizer não queria ter um problema conosco porque tinha assumido uma série de compromissos que não ia conseguir cumprir e não cumpriu", disse o presidente argentino, Alberto Fernández, nesta quinta-feira em entrevista à Radio Con Vos.
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