A presidente da Comissão Europeia (braço executivo da UE), Ursula von der Leyen, defendeu nesta quinta-feira (4) a gestão da sua estratégia de vacinação contra o coronavírus no bloco de 27 países, mas advertiu que poderiam aparecer problemas de produção e abastecimento
A presidente da Comissão Europeia (braço executivo da UE), Ursula von der Leyen, defendeu nesta quinta-feira (4) a gestão da sua estratégia de vacinação contra o coronavírus no bloco de 27 países, mas advertiu que poderiam aparecer problemas de produção e abastecimento.
Em entrevista a vários órgãos de imprensa, inclusive o jornal francês La Croix e o alemão Sueddeutsche Zeitung, Von der Leyen admitiu que a Europa poderia ter agido mais rapidamente para impulsionar a capacidade de produção de vacinas.
"Na Europa, nosso objetivo é que 70% da população adulta esteja vacinada antes do fim do verão [no hemisfério norte]. Isso não é insignificante, estamos nos movimentando na direção correta", disse.
No entanto, acrescentou que "certamente haverá obstáculos, outros problemas na produção e também devemos nos preparar para uma possível escassez de matérias-primas ou certos componentes destas vacinas".
Von der Leyen também admitiu que nunca devia "nem sequer ter pensado" em invocar a cláusula no acordo de retirada do Brexit para evitar que as vacinas cruzem a fronteira da República da Irlanda à província britânica da Irlanda do Norte.
A medida, considerada no âmbito de um plano de controle de exportações de vacinas, mas abandonada apressadamente, foi denunciada tanto na Irlanda quanto no Reino Unido e transformou a Comissão em alvo de piadas.
No entanto, Von der Leyen defendeu a estratégia europeia, na qual a Comissão negociou contratos com gigantes farmacêuticos em nome dos Estados-membros.
A ideia era evitar que a competência fizesse subir os preços e deixasse à própria sorte os países menores da UE, mas os Estados Unidos, o Reino Unido e Israel claramente se anteciparam em termos de vacinação dos cidadãos.
"Me dou conta, olhando no retrovisor, que deveríamos ter pensado mais na produção em massa e nos desafios que representa", destacou.
"O aumento dos volumes, a criação de novas cadeias de abastecimento, poderia ter sido feito antes", admitiu.
"Agora estamos trabalhando com a indústria para nos preparar para a possibilidade de variantes de coronavírus que possam resistir às vacinas", indicou.
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