O chavismo busca uma vitória arrasadora nas questionadas eleições legislativas deste domingo (6) na Venezuela para entregar o controle do Parlamento ao presidente Nicolás Maduro, em um processo que não tem respaldo internacional e do qual os principais partidos da oposição não participam
O chavismo busca uma vitória arrasadora nas questionadas eleições legislativas deste domingo (6) na Venezuela para entregar o controle do Parlamento ao presidente Nicolás Maduro, em um processo que não tem respaldo internacional e do qual os principais partidos da oposição não participam.
Mais de 20 dos 30 milhões de venezuelanos são chamados às urnas em eleições em que o governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) busca a "vitória perfeita" com a conquista do único poder que desde 2015 é controlado pela oposição liderada por Juan Guaidó.
"Chegou a hora de votar pela pátria, pela paz, pelo futuro!", disse Maduro no aplicativo de mensagens Telegram.
Militantes chavismo reuniram-se cedo pela manhã nos bairros do país, lançando foguetes e soando a canção militar matinal que desperta as tropas e que se tornou uma tradição na mobilização dos militantes do PSUV.
"Aqui estou cumprindo meu direito de voto", disse à AFP Raúl Urquía, de 63 anos, em frente a um local de votação no centro de Caracas, onde cerca de 200 pessoas esperavam para votar, todas usando a máscara, obrigatória por causa da pandemia de coronavírus.
"Vim votar contra o imperialismo, vim votar contra aqueles que usaram a Assembleia para pedir sanções, este é um voto anti-imperialista".
"Diante da terrível guerra econômica dos Estados Unidos, nos sentimos encorajados a continuar lutando e ganhar a Assembleia Nacional", afirmou Nelson González (73).
O canal estatal VTV mostrou vários centros abertos e pessoas votando.
No sábado, Maduro assegurou que a "Assembleia Nacional pró-gringa" ficará para trás.
A Assembleia é chefiada por Guaidó, reconhecido presidente da Venezuela pelos Estados Unidos e outros cinquenta países.
O líder da oposição assegurou, por sua vez, que "o objetivo de Maduro" é "aniquilar o Parlamento" e pediu a abstenção neste processo que chama de "fraude".
Ainda assim, uma pequena fração dissidente da oposição tentará ganhar um dos 277 assentos.
Paralelamente, Guaidó tenta organizar uma espécie de plebiscito (de 7 a 12 de novembro) para estender a legislatura até que sejam realizadas eleições "livres, verificáveis e transparentes".
Mas essa consulta nada mais será do que testemunhal, já que Maduro exerce o controle territorial e institucional com o apoio da cúpula militar, considerada seu principal apoio.