Os chanceleres da União Europeia discutiram em Bruxelas nesta segunda-feira (25) uma reação em bloco à prisão do opositor russo Alexei Navalni, e uma agenda pesada que incluía a situação das campanhas de vacinação e o quadro político na Venezuela
Os chanceleres da União Europeia discutiram em Bruxelas nesta segunda-feira (25) uma reação em bloco à prisão do opositor russo Alexei Navalni, e uma agenda pesada que incluía a situação das campanhas de vacinação e o quadro político na Venezuela.
No primeiro encontro presencial do ano, em Bruxelas, os diplomatas concordaram em enviar à Rússia o chefe da diplomacia do bloco, o espanhol Josep Borrell, mas decidiram deixar de lado a adoção de novas sanções.
"Será uma boa oportunidade para discutir com meu homólogo russo todas as questões relevantes e transmitir uma mensagem clara sobre a situação atual", disse Borrell em entrevista coletiva no final da reunião de ministros das Relações Exteriores.
"Obviamente, o Conselho Europeu está pronto para reagir de acordo com as circunstâncias e tomar as medidas adequadas se as circunstâncias o exigirem", acrescentou.
A eventual adoção de sanções requer o apoio unânime dos países do bloco. Segundo uma fonte diplomática consultada pela AFP, a questão das sanções foi discutida na reunião, mas a opinião da maioria foi de que se tratava de um passo "prematuro".
"As sanções são uma ferramenta possível, mas é preciso esperar para ver o que vai acontecer em Moscou", disse um dos diplomatas consultados.
Autoridades da UE exigem a libertação de Navalni há uma semana, preso em 17 de janeiro quando ele retornou a Moscou depois de ser tratado na Alemanha por envenenamento com um agente nervoso.
A UE já sancionou vários funcionários russos pelo alegado envolvimento na tentativa de assassinato.
No que se refere à Venezuela, os chanceleres divulgaram "conclusões" de quatro páginas nas quais se limitaram a reiterar as posições acordadas pelos países da UE sobre o assunto.
Além disso, fizeram um apelo às autoridades venezuelanas para que garantam a integridade da oposição.
O pedido se refere aos "representantes dos partidos da oposição eleitos para a Assembleia Nacional de 2015, e especialmente Juan Guaidó, bem como aos demais representantes da oposição democrática".
Segundo os chanceleres europeus, são considerados "atores importantes e interlocutores privilegiados".
Os chanceleres também convocaram "a oposição democrática a adotar uma posição de unidade com a visão de um processo inclusivo de diálogo e negociação".
Os ministros reiteraram que a UE não reconhece as eleições legislativas realizadas em dezembro passado, e por isso também ignora a legitimidade da nova Assembleia Nacional.
"A UE reitera seu apoio a todos aqueles que trabalham a favor de um futuro democrático para a Venezuela", diz o documento.