O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi di Maio, se encontrou nesta quarta-feira com o chefe do Governo líbio de União Nacional (GNA), Fayez Al Sarraj, segundo um comunicado oficial
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi di Maio, se encontrou nesta quarta-feira com o chefe do Governo líbio de União Nacional (GNA), Fayez Al Sarraj, segundo um comunicado oficial.
Ambas as autoridades concordaram com "a necessidade de retomar o processo político e acabar com a interferência estrangeira negativa" na Líbia, segundo o comunicado do GNA, o governo reconhecido pela ONU.
A Líbia está imersa numa guerra civil. As forças do GNA enfrentam um chefe militar rebelde, o marechal Khalifa Haftar, que controla grandes áreas no leste do país.
Apesar do embargo de armas ao país, o GNA conta com o forte apoio da Turquia, que enviou equipamentos militares, o que criou fortes tensões com seus parceiros europeus na OTAN.
Segundo o comunicado, o ministro italiano e Sarraj lembraram a operação naval Irini, que a União Europeia implantou no Mediterrâneo para aplicar esse embargo militar.
Segundo o GNA, esse embargo favorece o marechal rebelde Haftar, já que suas forças continuam a receber armas via terrestre e aérea dos Emirados Árabes Unidos e da Rússia.
Di Maio e Sarraj também evocaram a luta contra a imigração clandestina e a ajuda italiana para desminar os bairros devastados pela guerra no sul de Trípoli, segundo o texto.
O GNA denunciou no domingo como uma "declaração de guerra" as ameaças do Egito de intervir militarmente no conflito na Líbia e, por isso, exortou a comunidade internacional a "assumir suas responsabilidades diante dessa escalada".
Na terça, a Liga Árabe pediu a retirada de todas as forças estrangeiras da Líbia e pediu negociações para acabar com o conflito.
Representantes de 21 países árabes, incluindo o GNA, que inicialmente se opuseram à reunião, participaram da videoconferência.
A resolução de 14 pontos apresentada pela Liga Árabe expressou "rejeição de todas as intervenções ilegais por estrangeiros" na Líbia e pede "a retirada de todas as forças estrangeiras nos territórios da Líbia e em suas águas regionais".
Desde abril de 2019, Haftar tenta, sem sucesso, controlar a capital com o apoio do vizinho Egito, também da Rússia e dos Emirados Árabes Unidos.
A Itália considera que "uma partição desse país não pode ser permitida", por isso decidiu "abrir canais" com vários partes e países, segundo o governo italiano.
O chefe da diplomacia italiana visitou a Turquia em 19 de junho, enquanto sua última visita à Líbia remonta a janeiro.
Com o apoio militar turco, o GNA obteve vitórias significativas desde o início de junho, assumindo o controle de todo o noroeste da Líbia.
No entanto, as forças do GNA foram contidas em seu avanço em direção à cidade de Sirte, um ponto estratégico no leste do país e que ainda está sob o controle de Haftar.