No caso da cebola, segundo a HortiFruti, o término da safra nas regiões Nordeste e Sudeste reduziram a oferta do produto e pressionaram os preços para cima (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)
O Índice de Cesta Básica (ICB - Esalq/Fealq) para outubro apresentou redução de 3,14 % em relação ao mês anterior. Passou de R$1.288,80 para R$1.248,37. A categoria Alimentos caiu de R$1.085,82 para R$1.048,58 (3,43 %).
As maiores variações entre os grupos de produtos que compõem a cesta se deram no subgrupo alimentos, com destaque para o aumento de preços da batata e da cebola. Por sua vez, muçarela e alho tiveram queda das cotações.
As cotações da batata, segundo a Revista Hortifruti Brasil, elevaram-se com a redução de oferta devido ao fim de safra, além do atraso da colheita causado pela chuva excessiva no mês de outubro em importantes regiões produtoras (São Paulo e Minas).
Este ano, a oferta foi afetada pela redução de área plantada, ocasionada pelo ajuste de oferta após a supersafra e consequente queda de preços em 2021. Destaca-se também os custos de insumos elevados, conjuntura climática desfavorável e altas taxas de juros para empréstimos.
Para o alho, a queda foi resultado da redução nos impostos sobre a importação, de 35 % para 14 %.
O produto importado representou 60% da oferta. Outro ponto, também levantado pela Revista Hortifruti Brasil, foi o crescimento da produção nos últimos anos, que só não foi maior, devido aos custos de produção.
A muçarela e o leite vêm apresentando tendência de queda há alguns meses, segundo o Boletim do Leite do Cepea-Esalq/USP, devido à fraca demanda no mercado de lácteos. Por outro lado, a oferta interna registrou elevação com o início da primavera e a melhora das condições climáticas. Destaca-se também a importação de lácteos como um fator de elevação da oferta.
Os produtos de higiene pessoal apresentaram queda também expressiva, comparável ao do grupo de alimentos, o que pode ser atribuído à recente valorização do real, dado que muitos dos insumos, como do sabão em pó e do amaciante, são importados. Entretanto esse panorama pode se reverter por causa da redução da produção interna destes bens, como aferido no IBGE.
Dieese
Indicador calculado pelo Dieese no mesmo período aponta aumento de 3,34%. A variação foi em grande parte impactada por produtos como a batata (24,7%). Há coerência entre o ICB e o Dieese se desconsiderar a flutuação da batata, pois os demais produtos seguem a trajetória dos preços calculado pela equipe da Esalq/USP.
As eventuais disparidades de variação de preços se devem ao caráter regional do relatório voltado ao mercado piracicabano, que se traduzem apenas nas magnitudes das variações dos itens da cesta, mas que mantém a coerência de queda e aumento dos mesmos na maioria dos casos estudados pela equipe, quando comparados a outros indicadores de cesta básica.