A polícia de Belarus anunciou, nesta quarta-feira (12), a detenção de centenas de pessoas e o uso de armas de fogo contra manifestantes na terceira noite de protestos contra o resultado das eleições de domingo (9), uma situação que provoca muitas críticas dos países ocidentais
A polícia de Belarus anunciou, nesta quarta-feira (12), a detenção de centenas de pessoas e o uso de armas de fogo contra manifestantes na terceira noite de protestos contra o resultado das eleições de domingo (9), uma situação que provoca muitas críticas dos países ocidentais.
Enquanto a União Europeia (UE) examina possíveis sanções contra Minsk, os ministros das Relações Exteriores do bloco se reunirão na sexta-feira, por videoconferência, para discutir, entre outros temas, o cenário em Belarus.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou nesta quarta-feira, durante uma visita a Praga, que o povo de Belarus tem o direito a desfrutar das liberdades que reclama".
"Pedimos que os manifestantes não violentos sejam protegidos", disse Pompeo.
A polícia bielorrussa afirmou que foi atacada na terça-feira por um grupo de pessoas com barras de metal e que foi "obrigada a usar armas de fogo", o que deixou um manifestante ferido.
Os manifestantes em Minsk denunciam fraudes na reeleição do autoritário presidente Alexander Lukashenko, que está no poder há 26 anos.
A opositora Svetlana Tikhanovskaya, sua rival na eleição presidencial, reivindicou a vitória antes de abandonar o país e buscar refúgio na Lituânia, o que ela fez, segundo o comando de sua campanha, por pressão das autoridades.
"O número de manifestantes foi menor esta noite (terça-feira) e o número de cidades com protestos também", declarou a porta-voz do ministério do Interior, Olga Tshemodanova.
Quase 1.000 pessoas foram detidas na noite de terça-feira, segundo a polícia, e entre 2.000 e 3.000 nas duas noites anteriores. O ministério da Saúde divulgou um balanço de 51 feridos para os protestos da véspera.
A polícia também usa bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes.
Ao menos um manifestante morreu e mais de 250 ficaram feridos desde domingo.
As forças de segurança atuaram em vários bairros de Minsk na terça-feira contra pequenos grupos e impediram a ampliação das concentrações.
Ian, um paramédico de 28 anos que participou nas três noites de protestos, acredita que a polícia tenta "aterrorizar as pessoas, para que permaneçam sentadas em suas casas e fiquem caladas".
"Eu também tenho medo", disse.
As forças de segurança também atuaram contra os motoristas que buzinavam em sinal de apoio aos manifestantes e entraram em edifícios para procurar algumas pessoas.