INTERNACIONAL

Centenas de detidos após mais uma noite de protestos em Belarus

A polícia de Belarus anunciou, nesta quarta-feira (12), a detenção de centenas de pessoas e o uso de armas de fogo contra manifestantes na terceira noite de protestos contra o resultado das eleições de domingo (9), uma situação que provoca muitas críticas dos países ocidentais

AFP
12/08/2020 às 10:25.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:51

A polícia de Belarus anunciou, nesta quarta-feira (12), a detenção de centenas de pessoas e o uso de armas de fogo contra manifestantes na terceira noite de protestos contra o resultado das eleições de domingo (9), uma situação que provoca muitas críticas dos países ocidentais.

Enquanto a União Europeia (UE) examina possíveis sanções contra Minsk, os ministros das Relações Exteriores do bloco se reunirão na sexta-feira, por videoconferência, para discutir, entre outros temas, o cenário em Belarus.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou nesta quarta-feira, durante uma visita a Praga, que o povo de Belarus tem o direito a desfrutar das liberdades que reclama".

"Pedimos que os manifestantes não violentos sejam protegidos", disse Pompeo.

A polícia bielorrussa afirmou que foi atacada na terça-feira por um grupo de pessoas com barras de metal e que foi "obrigada a usar armas de fogo", o que deixou um manifestante ferido.

Os manifestantes em Minsk denunciam fraudes na reeleição do autoritário presidente Alexander Lukashenko, que está no poder há 26 anos.

A opositora Svetlana Tikhanovskaya, sua rival na eleição presidencial, reivindicou a vitória antes de abandonar o país e buscar refúgio na Lituânia, o que ela fez, segundo o comando de sua campanha, por pressão das autoridades.

"O número de manifestantes foi menor esta noite (terça-feira) e o número de cidades com protestos também", declarou a porta-voz do ministério do Interior, Olga Tshemodanova.

Quase 1.000 pessoas foram detidas na noite de terça-feira, segundo a polícia, e entre 2.000 e 3.000 nas duas noites anteriores. O ministério da Saúde divulgou um balanço de 51 feridos para os protestos da véspera.

A polícia também usa bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes.

Ao menos um manifestante morreu e mais de 250 ficaram feridos desde domingo.

As forças de segurança atuaram em vários bairros de Minsk na terça-feira contra pequenos grupos e impediram a ampliação das concentrações.

Ian, um paramédico de 28 anos que participou nas três noites de protestos, acredita que a polícia tenta "aterrorizar as pessoas, para que permaneçam sentadas em suas casas e fiquem caladas".

"Eu também tenho medo", disse.

As forças de segurança também atuaram contra os motoristas que buzinavam em sinal de apoio aos manifestantes e entraram em edifícios para procurar algumas pessoas.

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