À 2ª VARA CÍVEL

Caso Dedini: parte dos R$ 15,8 milhões foi remetida

O valor da venda da área estava vinculado à esfera federal da Justiça

Marcelo Rocha
igpaulista@rac.com.br
19/09/2016 às 12:13.
Atualizado em 28/04/2022 às 04:40

Nos dois últimos anos, a Dedini demitiu cerca de 1,6 mil funcionários (Mateus Medeiros/Divulgação)

O juiz Marcos Douglas Veloso Balbino da Silva, da 2ª Vara Cível de Piracicaba, determinou que o Grupo Dedini defina como será efetuado o pagamento para os trabalhadores demitidos. Parte dos R$ 15,8 milhões – obtidos com a venda de uma área da empresa ao Shopping Piracicaba, em março de 2015, e que estavam bloqueados pela Justiça – já foi transferida para os autos do processo de recuperação judicial da Dedini, que tramita na 2ª Vara Cível de Piracicaba. A Gazeta apurou que uma parcela dos R$ 15,8 milhões já foi transferida da 4ª Vara Federal para a instância piracicabana. Por conta de uma ação anterior, da União contra a Dedini, referente a débitos fiscais, o valor da venda da área (que é utilizada como estacionamento do shopping) estava vinculado à esfera federal da Justiça. Porém, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), definiu que a 2ª Vara Cível de Piracicaba como responsável pela causa. Então, o juiz Silva solicitou a transferência do valor integral para o município. A liberação dos R$ 15,8 milhões referentes à venda do estacionamento do Shopping Piracicaba, informa Alexandre Temerloglou, da Siegen, consultoria que assessora a Dedini em sua recuperação judicial, permitirá que a Dedini liquide os passivos de cerca de 690 trabalhadores. “A lista, entregue pela empresa para ser anexada ao processo de recuperação judicial, contempla trabalhadores concursais e extraconcursais”, diz a nota. A empresa que assessora a Dedini confirma que uma parte do valor ainda não foi depositada. “Assim que todo o valor estiver depositado, e o juiz aceitar a proposta de rateio que a Dedini protocolou, os valores serão disponibilizados para os funcionários, ou na forma de depósito em conta corrente - como a Dedini mesmo sugeriu - ou com os funcionários fazendo o saque em um correspondente bancário que trabalhe com a Justiça”, informa comunicado enviado pela assessoria de imprensa da Dedini. Valores De acordo com o consultor, a parcela mínima sugerida pela empresa é de R$ 12,5 mil, uma vez que os valores inferiores foram liquidados de acordo com o saldo existente. “Para os valores superiores a R$ 12,5 mil, foi incluída esta parcela mínima e um rateio do saldo remanescente”, explica Temerloglou. “No caso de um trabalhador que tem R$ 1 mil a receber, terá o saldo quitado. Quem tiver R$ 15 mil a receber, terá a quitação de R$ 12,5 mil, mais um percentual do rateio do saldo remanescente, após todos os incluídos terem sido contemplados”, exemplifica. Nova assembleia Uma nova assembleia geral dos credores da metalúrgica Dedini foi realizada nesta segunda-feira (19), no Ginásio Municipal ''Waldemar Blatskauskas'. No encontro, eles decidiriam se aprovariam ou não o plano de recuperação judicial apresentado pela empresa. Esta assembleia estava inicialmente marcada para o dia 29 de agosto, mas foi protelada porque na ocasião alguns credores pediram alterações no plano de recuperação judicial. Ainda não há informações oficiais sobre o resultado do encontro.

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