Cerca de 3.000 migrantes hondurenhos entraram na Guatemala por uma fronteira terrestre nesta quinta-feira (1º), após ultrapassar um cerco militar com a intenção de chegar a pé aos Estados Unidos, em meio à pandemia do novo coronavírus, segundo jornalistas da AFP
Cerca de 3.000 migrantes hondurenhos entraram na Guatemala por uma fronteira terrestre nesta quinta-feira (1º), após ultrapassar um cerco militar com a intenção de chegar a pé aos Estados Unidos, em meio à pandemia do novo coronavírus, segundo jornalistas da AFP.
Os hondurenhos deram início ao êxodo em massa entre a noite de quarta-feira e o início da manhã desta quinta-feira, com objetivo de escapar da pobreza e da violência que assolam seu país, conforme relato de alguns membros do grupo.
O Instituto de Migração da Guatemala estima que cerca de 3.000 pessoas tenham cruzado a fronteira sem fazer o teste da covid-19, obrigatório para estrangeiros entrarem no país.
Carregando seus poucos pertences em mochilas ou sacolas plásticas, a maioria dos migrantes não carregava etiquetas para prevenir o contágio.
A caravana partiu uma semana depois que a Guatemala abriu suas fronteiras terrestres, aéreas e marítimas, depois de mantê-las fechadas por seis meses para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Os hondurenhos quebraram duas barreiras de soldados, esses que controlavam a fronteira antes da chegada dos migrantes.
No entanto, não conseguiram escapar de um terceiro cerco e tiveram que esperar em uma longa fila sob forte chuva e apresentar documentos de identificação aos militares para continuar seu caminho.
Os militares, então, os deixaram avançar sem que a equipe médica realizasse os testes para a covid-19, e até mesmo as enfermeiras que tinham se aproximado para medir suas temperaturas deixaram o local por causa do temporal.
Alguns membros da caravana contaram à AFP que reconhecem o perigo de se contaminar com a covid-19 durante o caminho, mas garantem que estão dispostos a correr o risco para escapar da pobreza e da violência de Honduras.
Essa grande caravana é a primeira registrada desde março, quando os países centro-americanos fecharam suas fronteiras por causa dos primeiros casos de coronavírus.
Milhares de pessoas do Triângulo Norte da América Central - formado por El Salvador, Guatemala e Honduras - emigram todos os anos para os Estados Unidos.
Em 2018 e 2019, as caravanas em massa de migrantes incomodaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pressionou os países da América Central a assinarem acordos que permitissem conter a migração irregular.
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