PRÉDIOS PÚBLICOS

Caos em Rio das Pedras: energia é cortada

Há sete imóveis que estão às escuras por falta de pagamento

Marcelo Rocha
igpaulista@rac.com.br
17/08/2016 às 10:39.
Atualizado em 28/04/2022 às 04:50

A Prefeitura só abre das 8 horas às 16 horas, informa um comunicado na porta de vidro (Del Rodrigues )

Sem luz, o guichê da Rodoviária de Rio das Pedras (SP) funcionou, nesta terça-feira (16), na base da gambiarra: graças a uma extensão (puxada de um comércio ao lado) que alimenta um pequeno abajur e um computador da funcionária. O local é um dos sete prédios públicos que teve o fornecimento de energia elétrica interrompido, na segunda-feira (15), devido à falta de pagamento, informa a CPFL Paulista. Segundo nota da CPFL, enviada nesta terça-feira, às 16 horas, a concessionária foi informada pela Prefeitura Municipal de Rio das Pedras da efetivação do pagamento referente aos débitos com a distribuidora (datados desde março). “Porém, a CPFL aguarda o envio dos comprovantes de pagamento das faturas de consumo de energia para religar as unidades de consumo pertencentes à administração municipal”, salienta o comunicado da empresa. Na Prefeitura da cidade, que só funciona das 8 horas às 14 horas, a equipe da Gazeta não localizou nenhum responsável para falar sobre o assunto. Por telefone, a reportagem tentou contatar o secretário de Administração, João Piva Júnior, e o prefeito do município, Júlio Cesar Barros Ayres, mas sem sucesso. Em breve contato com vice-prefeito, Carlos Alberto Pinto, ele disse que não poderia comentar o assunto. O vergonhoso corte de luz se junta ao rol de problemas que não para de castigar a população local. Só para citar alguns, a problemática e irregular coleta de lixo, a greve do funcionalismo público (encerrada na manhã de segunda), a falta de segurança (vide dois homicídios registrados no último mês) os atrasos no repasse ao Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo e o notório abandono de praças, ruas e outros equipamentos públicos. A fachada do Centro Educacional Engenheiro Antônio Galvão, por exemplo, está abandonada, pichada e com infiltrações. Um rápido giro da reportagem pela cidade, ontem à tarde, foi o suficiente para capturar o descontentamento da população. “Desde ontem (segunda) de manhã, a rodoviária está sem luz. Veio aqui um funcionário da CPFL, numa picape, e passou a alicate”, relata um usuário da rodoviária. “É constrangedor para a nossa cidade”, disse um funcionário público que participava da assembleia da categoria (que decretou o fim da greve) quando outra equipe da CPFL cortou a luz de um prédio público, no centro, anteontem. A dona de casa Elione Macedo Batista, 49 anos de idade, desabafa e diz que “a cidade precisa de segurança, saúde e trabalho para o povo”. “Se cortaram a luz da Prefeitura, imagina como está ruim a nossa situação”, ironiza. Por volta das 15 horas em frente à Secretaria da Ação Social, duas famílias reclamavam o horário de funcionamento do órgão público, desde o dia 15 de junho encurtado das 8 horas às 14 horas, provavelmente uma política de contenção de custos. “Vim pegar minha cesta básica, mas perdi a viagem”, relatou Noemia Ferreira dos Santos Moraes, 57 anos de idade. O presidente da Câmara de Vereadores, Trudpert A.L. Riesterer, rebate as críticas de que o Legislativo estaria “inerte” diante dos problemas da cidade. “Essa questão do corte da energia pegou a gente de surpresa. Mas a Câmara vem acompanhando todos os fatos. Inclusive, há três semanas, fez um repasse de R$ 300 mil para ajudar o Executivo a efetuar o pagamento da primeira parcela do 13º salário dos funcionários públicos”, exemplifica o parlamentar.

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