Advogado e professor defende o fortalecimento dos Conselhos
Luz Rodrigues (vice) e o candidato a prefeito pelo PSOL, Thiago Nalesso, na Gazeta (Antonio Trivelin)
O PSOL foi renovado na cidade neste ano e a candidatura do advogado, professor e gestor universitário Thiago Nalesso, 40 anos de idade, como prefeito, e da designer e militante do movimento LGBT, Luz Rodrigues, 25 anos de idade, como vice-prefeita, foi definida para oferecer à população de Piracicaba um governo alternativo de participação popular e focado nos direitos humanos, segundo eles. “A única maneira do setor público conseguir minimamente escapar da corrupção, da ineficiência e da má gestão é por meio da transparência e da participação popular. Os mecanismos de controle social são um caminho sem volta para melhorar a gestão pública do país”, afirmou Nalesso. O partido combate a corrupção. “O PSOL foi responsável pelo pedido de impeachement do presidente Michel Temer (PMDB), do encaminhamento à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados do pedido de cassação do deputado Eduardo Cunha, que foi o aceito. Nossas bandeiras históricas são de luta anticapitalista, para uma sociedade sustentável e sem discriminações e que tem como característica buscar a inversão de valores na política tradicional, para que o olhar seja a partir do cidadão. Hoje, há uma lógica fisiológica e clientelista na política nacional e na de Piracicaba também”, disse Nalesso. Nossa cidade A frase que norteia a campanha de Nalesso e Luz é: 'Se a cidade fosse nossa, ela seria uma cidade participativa, solidária e feliz.' No sentido de que ela deve pertencer às pessoas. Segundo eles, para que isso ocorra, a população precisa entender que tem voz e espaço para dialogar com o poder público. “Isso acontecerá em uma gestão do PSOL. A democracia e a liberdade são valores fundamentais para um projeto de cidade”, disse o candidato. Faz parte desse projeto, a democratização e o fortalecimento dos conselhos municipais. “Temos de garantir que os conselhos sejam deliberativos, ampliar a participação popular neles e o gestor da área deve participar efetivamente das reuniões. Hoje, representantes dos secretários participam, mas eles têm pouca capacidade de decisão”, comentou. A proposta deles busca uma cidade com igualdade racial, que respeite os direitos das mulheres, dos LGBTs, juventudes e trabalhadores, com a criação de políticas específicas para cada um desses núcleos. “Para efetivar isso, vamos criar a secretaria municipal de Direitos Humanos”, anunciou Nalesso. “Queremos dialogar com esses públicos para definir formas de resolver os problemas de cada um. No Brasil, a principal causa de mortes violentas de mulheres são causadas pelos seus parceiros, os jovens que mais morrem são os negros e o país que mais mata LGBTs no mundo é o Brasil. Faremos palestras e atos, por meio das escolas, dos espaços públicos, nas redes sociais, sobre essas comunidades. Criaremos campanhas e um selo - ainda a ser melhor definido com a população - para empresas que sejam parceiros de alguns desses segmentos, em algo como: Esse estabelecimento respeita os LGBTs, por exemplo”, comentou. Se eleito, Nalesso afirma que irá defender a equiparação de gênero entre os cargos de comando do Executivo. Propostas A candidata a vice-prefeita, ressalta que o PSOL não acredita numa forma de governo em que o candidato traz um esquema pronto e aquilo é implantado na sociedade, agradando ou não. “A função dos vereadores e do prefeito é legitimar a decisão da população de maneira democrática, desde que ela seja melhor para todos”, disse. Com relação aos planos já existentes no município, Nalesso afirma que o que foi legislado e pensado, passará por críticas e reavaliações. “Isso será feito porque é preciso ouvir quem, até o presente momento não o foi, as pessoas mais carentes, que são, de fato, as que mais utilizam os serviços públicos. E elas podem contribuir para que eles melhorem”. afirmou. Para a cultura, ele prevê o fortalecimento e a ampliação e incentivo das atividades dos grupos locais e a criação da Rota da Cultura. “São algumas linhas de ônibus gratuitas, aos finais de semana e feriados, que passam por pontos culturais e turísticos da cidade, para permitir o acesso das famílias da periferia”, explicou. Para o candidato, ninguém é estimulado a usar o transporte público na cidade. “Ele é caro, de baixa qualidade e nos horários de pico são completamente lotados. Os banheiros, bebedouros, bancos e espaços nos terminais são terríveis. Defendemos um estudo de viabilidade de instalação do passe livre, defendido pelo PSOL em todo o país. Essa medida é possível porque cerca de 25% do custo do transporte coletivo é da cobrança da tarifa. Os municípios aplicam menos ou mais recursos para subsidiar o transporte. Se for feito um estudo, é possível reduzir o gasto social com o transporte, melhorando a qualidade. Enquanto isso não estiver efetivado, vamos oferecer o passe livre para os estudantes”, afirmou. As principais linhas também terão horários 24 horas, como a Perimetral e criar uma entre os terminais e o Centro. “Vamos definir com os usuários”, completou Luz. Nalesso não é contrário a realização de parcerias público-privadas (PPP), como a do transporte coletivo, “desde que elas realmente favoreçam a população. Mas em todas elas, faremos a auditoria das dívidas formalizadas”. O seu plano de mobilidade prevê mais respeito e incentivo ao ciclista e ao pedestre. Na Segurança, ele afirma que ela é resultado de um conjunto de fatores. “É um problema maior do que os partidos de direita entendem e por isso praticam a lógica policialesca. É preciso investir em Cultura, Esporte, Lazer, Educação e algo simples, como a melhoria da iluminação pública, um programa de ressocialização social para jovens e pessoas em situação de delito, mas que ainda não pertencem a grupos organizados. E, também, a geração de empregos com frentes de trabalho nos bairros carentes”. Rever com criatividade a habitação da cidade, é um dos seus objetivos. “Não defendo a remoção das pessoas as ocupações, mas o estudo de áreas para assentamento delas, inclusive ocupar as áreas precárias centrais, de forma segura, e para não empurrar as populações carentes para áreas mais distantes e precárias da região central”. Qualidade de vida e participação Thiago Nalesso é casado com Karine Sândalo Nalesso, reside em Piracicaba há 22 anos. Começou sua formação política na militância estudantil. Foi presidente do Centro Acadêmico de Direito XV de Agosto, da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), também presidiu o Diretório Central dos Estudantes da Unimep, membro da Coordenação Nacional dos Estudantes de Direito, de 1997 a 2001. Na cidade, foi professor de escolas de governo (2001 a 2004), atuou como advogado na área de Gestão Pública, é gestor da iniciativa privada e é coordenador do curso de Direito da Unisal Americana, e é mestre em Direito. Luz Rodrigues é piracicabana, 1ª secretária do diretório municipal do PSOL e é a primeira vice-prefeita LGBT a concorrer a uma eleição para o Executivo, em Piracicaba. A proposta deles prevê um governo voltado à qualidade de vida da população, com a implantação de medidas discutidas com a sociedade, em todas as áreas, como Educação, Saúde, Cultura, Lazer, Esportes, Gestão Fiscal, Direitos Humanos, Habitação, Segurança, entre outros. Nas escolas, por exemplo, eles querem incentivar o protagonismo infantil e juvenil e capacitar mais os professores para melhorar o sistema educacional. Pretendem ampliar as creches em período integral e que algumas possam funcionar por um período a mais, talvez até as 18 horas, para atender melhor os pais que trabalham. Nalesso defende ainda a melhora na merenda escolar para proporcionar mais saúde às crianças e, ao mesmo tempo, utilizar mais a produção local dos alimentos, principalmente da produção familiar orgânica. “Na cidade, há um debate para o retorno das feiras-livres. Temos os varejões, mas é possível e pode ser saudável, promover feiras menores, nos locais mais distantes deles, para incentivar o consumo de alimentos naturais”. Na saúde, ele prevê a ampliação de pelo menos uma farmácia popular por 24 horas, o fortalecimento das ações e políticas de medicina preventiva e incluir no programa do atendimento médico domiciliar mecanismos que permitam que questões sejam solucionadas, sem as pessoas irem aos equipamentos, para diminuir as filas. Deverá incentivar a criação de conselhos de fiscalização dos aparelhos de saúde. “Serão os usuários que irão verificar o funcionamento do posto do seu bairro. Para ele, um projeto de gestão, elaborado com a sociedade, de forma ampla e democrática, potencializa os processos educativos da sociedade.