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Canal do Panamá, ameaçado por mudanças climáticas, busca água para garantir sua operação

A Administração do Canal do Panamá (ACP) injetará mais 1,4 bilhão de metros cúbicos de água na via interoceânica para garantir seu funcionamento, ameaçado pelas mudanças climáticas, anunciaram nesta terça-feira (8) autoridades da rota

AFP
08/09/2020 às 18:15.
Atualizado em 25/03/2022 às 02:15

A Administração do Canal do Panamá (ACP) injetará mais 1,4 bilhão de metros cúbicos de água na via interoceânica para garantir seu funcionamento, ameaçado pelas mudanças climáticas, anunciaram nesta terça-feira (8) autoridades da rota.

A ACP iniciou ou processa a licitação de um projeto para uma empresa para desenhar, construir e implantar um sistema para otimizar o uso da água no canal, num momento em que o país centro-americano apresenta registros críticos de chuvas.

"O contrato estabelece um mínimo de 1,4 bilhão de metros cúbicos" de água adicional para o funcionamento da rota, disse o vice-presidente do Projeto Hídrico do Canal do Panamá, José Reyes, em entrevista coletiva realizada no formato virtual.

A estrada de 80 quilômetros representa 3,5% do comércio mundial, segundo a ACP.

Seus principais usuários são os Estados Unidos, China e Japão, e suas rotas vão da Ásia à costa leste da América do Norte.

Em 2019, a bacia hidrográfica do Canal, da qual a maior parte do país também se abastece, teve o quinto registro de chuvas mais baixo dos últimos 70 anos.

A situação fez com que dos 5,25 bilhões de metros cúbicos de água doce necessários para o Canal operar, apenas cerca de 3 bilhões estejam disponíveis.

Autoridades panamenhas alertaram que a falta de água, resultado da mudança climática, é o maior desafio do Canal, que se viu obrigado a adotar medidas paliativas.

Para enfrentar a situação, o ACP considera procurar de novas fontes de água, subterrâneas ou de estações de tratamento, construindo reservatórios ou dessalinizando a água do mar.

A ACP pretende investir cerca de 2 bilhões de dólares no projeto de gestão das águas, dos quais a maior parte irá para a empresa vencedora do licitação e que deverá iniciar as obras em 2022.

O objetivo é poder contar até 2025 "com um sistema de gestão da água que devolva a confiabilidade ao Canal do Panamá (e) garanta o abastecimento de água para consumo humano pelos próximos 50 anos", ressalta Reyes.

Na última quinta-feira, o administrador do Canal, Ricaurte Vásquez, qualificou a obra como "fundamental".

"Estou confiante que esta medida protegerá o futuro da rodovia como um dos eixos mais importantes do comércio mundial", acrescentou Vásquez.

jjr/mas/ll/bn

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