INTERNACIONAL

Canadá mantém processo de extradição de executiva da Huawei

Uma juíza canadense decidiu nesta quarta-feira que os procedimentos de extradição para os Estados Unidos de uma alta executiva do grupo tecnológico chinês Huawei, que é o centro para uma grave crise diplomática entre Pequim e Ottawa, devem continuar

AFP
27/05/2020 às 17:05.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:27

Uma juíza canadense decidiu nesta quarta-feira que os procedimentos de extradição para os Estados Unidos de uma alta executiva do grupo tecnológico chinês Huawei, que é o centro para uma grave crise diplomática entre Pequim e Ottawa, devem continuar.

Meng Wanzhou, diretora financeira da empresa número um do mundo em equipamentos 5G, é acusada de fraude bancária pelos Estados Unidos, que exige sua extradição.

A executiva chinesa de 48 anos, filha do fundador da Huawei, foi presa durante uma escala em Vancouver em 1 de dezembro de 2018 e libertada sob condições estritas de confinamento em sua mansão local.

A juíza Heather Holmes, da Suprema Corte de Vancouver, teve que se pronunciar sobre a questão da dupla criminalidade: para ser extraditada, Meng deve ser processada nos Estados Unidos por um crime também punível no Canadá.

Os promotores acusam-na de cometer fraude por ter mentido a um banco americano, um crime no Canadá e nos Estados Unidos. Também a acusam de roubar segredos comerciais de empresas americanas.

Mas os advogados de defesa pedem sua libertação, alegando que o caso envolve violações das sanções dos Estados Unidos contra o Irã, que não foram impostas pelo Canadá no momento dos supostos crimes.

"A necessidade de dupla criminalidade com vistas à extradição pode ser satisfeita neste caso", escreveu a juíza em sua sentença de 23 páginas. Portanto, a solicitação da Sra. Meng é negada".

Essa decisão é um revés para a diretora financeira da gigante chinesa de telecomunicações, Meng Wanzhou, presa no final de 2018 em Vancouver, a pedido dos Estados Unidos, que a acusaram de fraude bancária.

Desde então, a executiva chinesa de 48 anos vive em liberdade condicional em uma de suas luxuosas residências em Vancouver, enquanto Pequim exige veementemente sua libertação há um ano e meio.

Mais cedo, em uma atitude um tanto arrogante, a empresária chinesa, usando sua tornozeleira eletrônica, posou ao lado de sua família e amigos nos degraus do tribunal de Vancouver.

Pequim deixou claro que sua libertação é um pré-requisito para melhorar as relações com Ottawa e para a libertação de dois canadenses detidos por suspeita de espionagem.

Michael Kovrig, um ex-diplomata em Pequim, e o consultor e empresário Michael Spavor foram presos na China nove dias após a prisão de Meng no Canadá.

Ottawa chama essas prisões de "arbitrárias".

Enquanto a número dois da Huawei vive em liberdade condicional em uma de suas duas luxuosas residências em Vancouver, os dois canadenses estão presos há mais de 500 dias e só têm direito a acesso consular a conta-gotas.

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