A justiça canadense decide nesta quarta-feira (27) se deve ou não continuar os procedimentos de extradição de uma executiva da gigante chinesa Huawei, uma decisão que pode levar à sua libertação e à normalização das relações entre Ottawa e Pequim
A justiça canadense decide nesta quarta-feira (27) se deve ou não continuar os procedimentos de extradição de uma executiva da gigante chinesa Huawei, uma decisão que pode levar à sua libertação e à normalização das relações entre Ottawa e Pequim.
Meng Wanzhou, diretora financeira da empresa número um do mundo em equipamentos 5G, é acusada de fraude bancária pelos Estados Unidos, que exige sua extradição.
A executiva chinesa de 48 anos, filha do fundador da Huawei, foi presa durante uma escala em Vancouver em 1 de dezembro de 2018 e libertada sob condições estritas de confinamento em sua mansão local.
Após uma semana de audiências em janeiro, a justiça canadense deve anunciar sua decisão a partir das 15h00: para ser extraditada, a justiça dos EUA deve processar Meng por um crime também punível no Canadá.
Os promotores acusam-na de cometer fraude por ter mentido a um banco americano, um crime no Canadá e nos Estados Unidos. Também a acusam de roubar segredos comerciais de empresas americanas.
Mas os advogados de defesa pedem sua libertação, alegando que o caso envolve violações das sanções dos Estados Unidos contra o Irã, que não foram impostas pelo Canadá no momento dos supostos crimes.
Se a solicitação da defesa for rejeitada, o assunto passará para outra etapa em junho, com novas audiências em setembro.
No entanto, se Meng for libertado, o Ministério Público terá 30 dias para recorrer da decisão da juíza Heather Holmes, da Suprema Corte da Colúmbia Britânica.
Em tal situação, Meng "seria bem aconselhada a deixar o país", disse à AFP o especialista em extradição Gary Botting.
Em uma atitude um tanto arrogante, a empresária chinesa, usando sua tornozeleira eletrônica, posou ao lado de sua família e amigos nos degraus do tribunal de Vancouver.
Pequim deixou claro que sua libertação é um pré-requisito para melhorar as relações com Ottawa e para a libertação de dois canadenses detidos por suspeita de espionagem.
Michael Kovrig, um ex-diplomata em Pequim, e o consultor e empresário Michael Spavor foram presos na China nove dias após a prisão de Meng no Canadá.
Ottawa chama essas prisões de "arbitrárias".
Enquanto a número dois da Huawei vive em liberdade condicional em uma de suas duas luxuosas residências em Vancouver, os dois canadenses estão presos há mais de 500 dias e só têm direito a acesso consular a conta-gotas.